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“Narcisa” reestreia no Teatro Municipal Ziembinski

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Precursora do feminismo, jornalista e poeta premiada, Narcisa Amália de Campos (1852-1924) teve uma trajetória marcante nas artes e na imprensa, com fama na corte no Rio de Janeiro, e talento reconhecido por Machado de Assis e todo meio literário de sua época. Mas por que tão pouca gente conhece a vida e a obra da escritora e artista fluminense? Com dramaturgia de Cilene Guedes, direção de Joana Lebreiro e codireção de Gabriela Estevão, o espetáculo documental “Narcisa” reflete sobre o apagamento de seu nome na história e as difamações de que foi alvo durante sua carreira.

A pesquisa para a peça foi iniciada durante a pandemia, com exibição virtual em 2021, mas só estreou no teatro em 2023. Agora, retorna com apresentação do Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Política Nacional Aldir Blanc. Depois da temporada no Rio, a montagem passará por Resende, Niterói e São João da Barra. No elenco, estão Cilene Guedes, Eli Carmo, Gabriela Estevão e Jacyara de Carvalho.

Defensora dos direitos, da liberdade e da educação da mulher, pioneira no jornalismo, poeta comparada a Castro Alves e Gonçalves Dias, Narcisa nasceu em São João da Barra e cresceu em Resende. Com pouco mais de 20 anos, foi laureada pelo livro “Nebulosas” e durante sua trajetória, bastante celebrada na imprensa. O texto é composto por íntegras e trechos de documentos históricos e poesias. A voz de Narcisa e o pensamento da época chegam ao espectador através de um filtro feminino, formado por quatro atrizes unidas às demais artistas da cena – desde a autora, Cilene Guedes, até Joana Lebreiro (direção), passando por Marieta Spada (cenário e figurino), Ana Luzia de Simoni (iluminação), Gabriela Estevão (atriz e codiretora) e Claudia Castelo Branco (diretora musical).

“Narcisa foi um cometa aguerrido, com um apagamento da história extremamente descarado. Nossa dramaturgia reúne poemas, cartas, artigos dela e sobre ela e outros com temas que tangenciam a peça para falar desse apagamento, mas também do de outras mulheres, artistas, jornalistas e escritoras do período”, explica a dramaturga e idealizadora do projeto, Cilene Guedes. “A história da Narcisa é importante não porque é única, mas porque é exemplar. A peça faz parte de um movimento crescente de resgate de uma série de mulheres destemidas do passado brasileiro cujas trajetórias foram silenciadas”, acrescenta a autora. 

A diretora Joana Lebreiro lembra que a equipe foi se apaixonando durante a pesquisa sobre a vida de Narcisa, feita durante a pandemia. “Ela foi um fenômeno literário em ascensão, ainda muito jovem, né? Uma figura muito importante da sua época. Quisemos que a peça tivesse a própria voz dela, as palavras que ela escreveu, as suas ideias sobre a vida na época. E essa consciência que ela tinha sobre o seu tempo histórico, sobre as condições das mulheres. É um espetáculo com uma estrutura fragmentada, que trata de temas que nos são caros até hoje, porque falar do passado é também uma forma de entender o nosso presente”, conclui a diretora.

Serviço: Temporada: de 12 a 28 de setembro / Local: Teatro Municipal Ziembinski: Avenida Heitor Beltrão – Tijuca / Classificação: 12 anos / Venda de ingressos: https://ingressosriocultura.com.br/riocultura/events/47671 e na bilheteria

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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