Projeto itinerante Contando e Cantando Princesa Violeta une musica e literatura

A escritora e multiartista Veralinda Menezes, à frente da produtora artística e editorial Príncipes Negros Cultural, apresenta na Cidade Maravilhosa o projeto itinerante Contando e Cantando Princesa Violeta. A iniciativa une música e literatura para narrar uma história lúdica de superação, amor e coragem, em uma temporada de quatro apresentações gratuitas em espaços públicos do Rio de Janeiro.

Criada em 2006, a Princesa Violeta nasceu do desejo de Veralinda de representar crianças negras no universo dos contos de fadas, até então praticamente ausentes desse cenário. A inspiração veio de sua filha, a atriz Sheron Menezzes, que sonhava em ser princesa.

Além da protagonista, o universo da obra traz personagens como o Rei Lírio, a Rainha Fada e o Príncipe Ourobelo – este último inspirado no filho de Veralinda –, é descrito como um “menino preto, que usava brincos de diamante e cabelo rapado”. A criação deu visibilidade a meninos negros que sofrem discriminação. Após a perda do filho, a autora conta que manter o personagem vivo na obra se tornou também uma forma de superação.

A narrativa valoriza a estética negra por meio de descrições afetivas ligadas a sabores, cores e texturas: a princesa tem “cor de bombom”, o rei tem “cor de café” e os cabelos dos personagens são “macios e cheirosos”. O objetivo é associar a imagem negra a sensações positivas, despertando empatia e encantamento.

Após ser rejeitado por mais de dez editoras que não consideravam a literatura negra como parte de seu catálogo, o livro foi lançado de forma independente em 2008, junto com um CD com 10 músicas e um espetáculo teatral. Desde então, já percorreu escolas, feiras literárias e eventos em todo o Brasil, alcançando milhares de crianças.

Nesta nova fase, as apresentações contam com a atriz e cantora Chelle, destaque no programa The Voice Brasil e em musicais como 80 – A Década do Vale Tudo e Elas Brilham. Para Veralinda, a artista encarna a essência da personagem: “Chelle personifica a Princesa Violeta com sua leveza, sorriso, cabelo e voz”. Além disso, o projeto também tem direção artística de Drayson Menezzes, ator de musicais como O Rei Leão e Hair, que conduz a montagem com experiência e sensibilidade.

Adaptável a diferentes espaços, o espetáculo já foi encenado em teatros, bibliotecas e até em condomínios. “O mais importante é que a mensagem chegue”, reforça Veralinda. Mais do que encantar crianças negras, a autora destaca que o objetivo é alcançar “todas as crianças” – e até “a criança que existe em cada adulto”.

O livro “Princesa Violeta, a Princesa cor de bombom“, está disponível em sua edição original de 2008 ou na edição comemorativa de 16 anos. Você pode adquiri-lo diretamente pelo Instagram da autora ou da produtora Princípes Negros Cultural. O livro também pode ser encontrado em lojas online como Amazon e Um Livro.

Biblioteca Maria Firmina – 03/09 (quarta-feira), às 9h – Cidade Nova Centro Cultural José Bonifácio – 09/09 (terça-feira), às 14h – Gamboa Ecomuseu – 10/09 (quarta-feira), às 14h – Santa Cruz Biblioteca Lúcio Rangel – 17/09 (quarta-feira), às 14h – Tijuca