Jornalista Sandra Menezes lança “A outra face – contos afrofantásticos”

Uma das pioneiras da literatura afrofuturista no Brasil, a escritora e jornalista Sandra Menezes lança o livro “A outra face – contos afrofantásticos”. A obra reúne 11 contos de personagens negros em tramas que misturam passado ancestral, presente e futuro, revelando as potências e os desafios da experiência negra em diferentes dimensões do tempo e da sociedade.

Editado pela Malê, “A outra face – contos afrofantásticos” é o segundo livro da escritora, e marca o seu retorno à ficção especulativa negra, gênero no qual se consagrou com o romance “O céu entre mundos”, finalista do Prêmio Jabuti (2022) e vencedor do Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica (2022). O novo livro de Sandra Menezes custa R$ 62,90 e pode ser adquirido no dia do lançamento e, posteriormente, no site da editora e em todas as livrarias do país. Após a sessão de autógrafos, a escritora fica à disposição para um bate-papo com os leitores.

Em “A outra face – contos afrofantásticos”, a autora reúne contos que começou a escrever em 2017, e apresenta um arco temático expandido, com personagens e histórias que revelam uma diversidade de vivências negras e as possibilidades que a literatura nos apresenta para suplantar no universo ficcional, os desafios impostos pelo racismo, mas também por outras armadilhas da vida em sociedade. Alguns contos da publicação, como “Horror na Serra Fluminense” e o “O vestido e Filhos Pretos”, já foram publicados em outras antologias, enquanto os demais são inéditos.

Na literatura afrofuturista, Sandra Menezes é a primeira mulher que conseguiu publicar um romance no gênero através de uma editora comercial no país. “O afrofuturismo é uma espécie de ponte entre África e países da diáspora africana, porque o que expressamos são ecos daquele continente. É uma herança ancestral que não só permanece, mas que constitui o conjunto da sociedade brasileira, e que não pode deixar de constar como referência fundamental de nossa formação”, explica a autora.

Transitando entre romance e conto, a escrita da autora é norteada pelos subgêneros da ficção especulativa negra, como o realismo fantástico, a ficção-científica e a fantasia. “Gosto muito de trabalhar com ampliação de universos porque acredito que isso está em nós, e nos pertence. A humanização de pessoas negras frente à ciência, à física e à astronomia também é um dos aspectos do afrofuturismo. Literatura produz imagens e temos o direito de nos ver em situação de dignidade, liberdade e positividade. Seja em quais forem o espaço ou o tempo”, ressalta Sandra.