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“Jardins de Andara” traz Amazônia onírica de Vicente Franz Cecim aos palcos

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Baseado em “Os Jardins e a Noite”, terceiro e mais premiado livro de Vicente Franz Cecim, o espetáculo “Jardins de Andara” traz pela primeira vez o universo literário do escritor paraense para o teatro. A narrativa faz parte de um conjunto de 23 obras que reimagina a Amazônia como um território mítico, espiritual e simbólico. Idealizado e interpretado por Eli Emiliano Corrêa, o solo propõe ao público uma jornada reflexiva e criativa sobre temas universais da vida, da morte, da espera e da busca por sentido.

Jacinto, um homem cego, espera na janela a volta de uma ave anunciada. O Curau. Morador de Santa Maria do Grão, como um profeta, guarda memórias dessa região amazônica, de um tempo em que, segundo ele, ainda não enxergava de fato. Jacinto ouve no vento histórias do local entre a cidade e a mata, e conta a quem chega suas esperanças e ouve e sente a presença de algo maior que observa a todos. Esse algo é Andara.

A dramaturgia, adaptada por And Romano, mergulha em uma narrativa não linear, repleta de lacunas e símbolos, que convidam o público a criar junto da construção cênica “Adaptar Cecim foi um desafio e um deleite. Sua obra, como a de Guimarães Rosa, traz histórias do homem de uma região que o põe a prova no limite da existência, conjugando o local com o universal, e com uma boa dose de neologismo em ambos os casos.”, revela And. 

“Sob a direção de Mika Makino, “Jardins de Andara recebe influências da dança butô de Kazuo Ohno. A forma é o conteúdo da criação, concebida para evocar a relação profunda entre o jardim (sonho) e a noite (sono) da Amazônia. A cena não se propõe a representar, mas a sugerir, instigando o espectador a imaginar e a ver o invisível. Por meio de pistas coreográficas e cênicas, a montagem envolve o público numa atmosfera sensorial que é, em si, o ambiente onírico.

O espetáculo oferece um contraponto às atuais narrativas produzidas sobre a Amazônia, que frequentemente são atreladas às mazelas sociais e à exploração: “trazemos o lugar da memória e da imaginação, do saber popular e de um imaginário local que reflete questões universais. Enquanto o mundo olha pra Belém por conta da COP 30, trazer a literatura de um homem da Amazônia, do Pará, apresenta outro tipo de conversa, outra forma de contar a região através da arte. Nosso desejo é dar visibilidade ao trabalho do Cecim e tantos outros artistas da palavra e do palco que vêm dessa região.”, conclui.

SERVIÇO: Dias: de 22 a 30 de novembro (sábados e domingos) / Local das apresentações: Teatro Ruth de Souza – Parque Glória Maria (Antigo Parque das Ruínas) / Endereço: Rua Murtinho Nobre, 169 – Santa Teresa / Classificação indicativa: 12 anos. / Ingressos: ingressosriocultura.com.br ou na bilheteria do teatro

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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