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“Felizarda” estreia no Teatro Glaucio Gill 

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Ser a “felizarda” por conseguir uma vaga de emprego. Trabalhar. Ter colegas de mesa. Mas… para qual função? Em um mundo cada vez mais voltado à produtividade sem descanso, o espetáculo “Felizarda” mergulha nas inquietações contemporâneas e nos efeitos que essa dinâmica provoca na vida e na psiquê. Na comédia idealizada pelas atrizes Bella Camero e Louise D’Tuani, uma pessoa começa a trabalhar em uma empresa cujo produto ela desconhece. 

Enquanto tenta incessantemente descobrir o que, afinal, está vendendo, ela precisa lidar com neuroses e histerias típicas do nosso tempo. Sintomas psíquicos brotam ao ritmo frenético da hiperprodutividade e dos abismos da comunicação, compondo um retrato tragicômico da sociedade atual.

O projeto surgiu a partir do desejo das atrizes Bella e Louise de trabalharem juntas. A partir deste encontro, elas procuraram a escritora e dramaturga Cecília Ripoll, que apresentou possibilidades para a construção da dramaturgia. “Buscávamos algo para montarmos, que falasse da sociedade de hoje, sem perder o humor. Estamos tão focados em provar que podemos ser eficientes e produtivos 24 horas por dia que nos alienamos. Não nos conectamos mais nem com os nossos sentimentos e nem com as outras pessoas. Assim, ficamos cada vez mais sozinhos”, explica Louise D’Tuani.

Os personagens não têm nomes. “Queremos mostrar que, pela lógica do mundo corporativo, somos todos facilmente substituíveis”, comenta a atriz Bella Camero. Assim, os intérpretes são designados apenas como Vizinho de Mesa (Felipe Haiut), Mentora (Louise D’Tuani), Felizarda (Bella Camero) e Esposa da Felizarda (Sol Menezzes).

A encenação, assinada por Beatriz Barros, mistura situações profissionais e pessoais, dissolvendo a fronteira entre casa e trabalho. A cenografia de Pedro Levorin traz elementos híbridos que evocam esses dois ambientes, enquanto a iluminação de Wagner Antônio reforça o clima distópico e ao mesmo tempo cotidiano da peça. A trilha sonora original de Dani Nega cria para cada personagem uma linha melódica própria, inspirada na lógica improvisada do jazz. Ariel Ribeiro, responsável pelo figurino, com sua pesquisa Zootomia, desenvolveu para cada personagem peças que mostram os corpos contemporâneos e os possíveis colapsos que podem reverberar em sociedade.

Apesar de tratar de temas densos, a obra é permeada por humor e ironia. “‘Felizarda’ cria uma distopia contemporânea não situada no tempo — poderia acontecer no passado, no presente ou no futuro”, diz a diretora, Beatriz Barros. 

Serviço: Temporada: 03 a 19 de dezembro / Dias: quartas, quintas e sextas / Local: Teatro Glaucio Gill Endereço: Praça Cardeal Arcoverde, s/n – Copacabana / Classificação: 14 anos

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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