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“Passagens, vestígios” apresenta obras de Sheila Mancebo no CCC

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“Passagens, vestígios” apresenta obras de Sheila Mancebo no Centro Cultural Correios RJ. A exposição reúne trabalhos inéditos desenvolvidos a partir de resíduos têxteis e plásticos coletados em confecções da região serrana fluminense. A artista utiliza fragmentos descartados para investigar relações entre tempo, transformação e permanência. Ao prensar tecido com plástico e operar cortes, dobras e sobreposições, desloca questões tradicionais da pintura para materiais não convencionais, explorando transparência, opacidade e variações sutis de cor.

Os trabalhos resultam de um processo de reorganização do excedente industrial. Retalhos irregulares são modulados e recombinados, criando composições que buscam ordenar aquilo que originalmente surge como sobra. Mesmo transformados, carregam marcas do uso anterior, preservando sinais de curvaturas, torções e dobras que introduzem memória e acaso no conjunto. A artista propõe, assim, uma reflexão sobre o ciclo de descarte e reaproveitamento presente tanto na indústria local quanto no cotidiano.

A curadoria de Bruna Costa aproxima essas experimentações da história do polo têxtil de Nova Friburgo, que se reinventou após o fechamento das grandes fábricas ao longo do século passado. O material utilizado por Sheila integra essa cadeia produtiva que se reconfigurou em torno de pequenas confecções. A presença de formas circulares e semicirculares, muitas vezes estruturadas por bastidores, reforça a ideia de ciclo e remete tanto a práticas manuais de costura quanto à observação de ritmos naturais.

“A partir dos anos 1980, com o fechamento de grandes fábricas e a consequente onda de desemprego, os operários de Nova Friburgo precisaram reinventar seus modos de subsistência a partir do próprio ofício. Nesse processo, pequenas confecções passaram a ocupar o lugar dos antigos parques industriais e deram origem a uma nova economia baseada na produção de moda íntima e fitness, que acabaria por transformar a cidade em referência nacional. Diante da máquina da modernidade quebrada, a população reuniu os cacos e resíduos deixados pela indústria para construir um presente possível, capaz de vestir e sustentar novos modos de vida” contextualiza a curadora.

Serviço Período de visitação: até 21/02/2026, de terça a sábado, das 12h às 19h Local: Centro Cultural Correios RJ – Galeria A (térreo) Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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