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Primeiro álbum de Matuê, “Máquina do Tempo” foi todo autoproduzido

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Primeiro álbum de Matuê foi todo autoproduzido.

Foto: Felipe Vieira

“Você tá preparado?”, pergunta Matuê antes de apresentar a sua máquina do tempo. O artista propõe uma viagem pelo tempo e espaço, em seu álbum. De dreads roxos, como o personagem central da história conceitual do primeiro álbum da carreira, ele sorri para cada nova música do disco dele.

“Máquina do Tempo” é lançado depois de três anos de singles bem-sucedidos e de assumir a posição de um dos nomes mais importantes do Trap brasileiro da atualidade. Aliás, “Máquina do Tempo” é um lançamento 30PRAUM e Sony Music.

O primeiro álbum de Matuê foi todo autoproduzido, e pode ser digerido de duas formas, ele mesmo explica. Pode ser fracionado, música a música, adicionado às favoritas em playlists e curtir individualmente cada canção, ou ouvindo o álbum na totalidade, do começo ao fim, e embarcar em uma jornada que envolve um mundo digno das melhores ficções científicas de Hollywood e psicotrópicos.

O lançamento do álbum foi marcado por ações de divulgação misteriosas, como uma arte gigantesca pintada em um prédio na Rua da Consolação, na região central de São Paulo, e também artes em stencils pintados pelas ruas. Além disso, cada faixa do álbum ganhou um audioclipe assinado pelo artista Stefan Mathez, com animações que contam mais sobre a história narrada por “Máquina do Tempo”.

“É o meu primeiro disco, sabe? Tem uma importância, não só por isso, mas também pelo esforço que colocamos para fazer esse álbum acontecer. É minimalista, mas também tem um conceito central. As pessoas escolhem como querem ouvir a “Máquina do Tempo” “, conta Matuê.

A “Máquina do Tempo” conta com uma versão do baixo pesadíssimo de Champignon e o dedilhado na guitarra tão viciante de Marcão. Aliás, flertar com o universo musical do Charlie Brown Jr é bastante emocionante para Matuê, que tem uma história afetiva com o vocalista Chorão nas pistas de skate de Fortal, como ele chama a capital Fortaleza.

Se você quiser realmente entender o conceito, a primeira coisa que deveria saber é que a música “Máquina do Tempo”, apesar de ser a sétima e última na tracklist, é aquela que inicia a história contada no álbum. Ou seja, quando ouvimos a última música do disco com ele no repeat, nós, os ouvintes, “voltamos no tempo”, voltamos para a primeira faixa. E assim começa a jornada desse personagem.

“Eu vou fazer uma “máquina do tempo”, canta Matuê na última música do álbum. E ele, na videochamada, admite: “Não sei de onde eu tirei isso. Veio do momento de criação. Em vez de reproduzir aquela energia, eu criei uma música nova. Foi um processo fod*, que chegou ao fim depois de um ano e meio”.

“Máquina” do Tempo é o primeiro álbum da carreira de Matuê, e foi intensamente biográfico e pessoal. “É fora da curva do Trap”, ele anuncia. Claro, temáticas comuns do Trap como sexo, drogas, dinheiro, carros e críticas sociais estão ali, mas a mensagem do trapper nunca se resumiu à isso – basta voltar ao primeiro single, “Anos Luz”, cuja mensagem já apresentava Matuê como uma figura diferente da cena.

Cada uma das canções oferece uma estética particular de Matuê. Passado, presente e futuro se misturam no álbum de estreia de Matuê. Da última música, o personagem se transporta para a primeira delas para tentar mudar o rumo da humanidade destruída em uma sociedade pós-apocalíptica. Dar aqui detalhes da narrativa além disso pode ser considerado um spoiler, então é melhor parar por aqui.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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