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O Que Ficou Para Trás: O verdadeiro horror está em enfrentar o passado

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Conflito de Darfur inspira novo filme de terror da Netflix.

O casal Majur (Sope Dirisu e Wunmi Mosaku) são refugiados do Sudão que finalmente conseguem uma casa e um auxílio do governo britânico para começar uma vida nova. Mas como recomeçar e esquecer o que ficou para trás? Como fechar os olhos sem ver os cadáveres metralhados?  Agora, o desafio do casal é enfrenta os demônios de sua memória, e conseguir chamar o lugar que eles foram refugiados de lar.

Desde 2003, o Sudão sofre com o conflito de Darfur entre dois grupos étnicos. Um massacre de quase 20 anos que força famílias inteiras a se atirar em barcos precários no oceano. Mais que um filme de terror, O Que Ficou Para Trás, o novo longa de terror da Netflix, é a história de refugiados contada através desse casal africano.

A figura do bruxo, os fantasmas que assombram tanto Bol quanto sua esposa Rial, são também os traumas que estão duramente fincados em suas mentes. O roteiro assinado pelo diretor do filme, Remi Weekes, brinca com o sobrenatural e o terror da realidade, mas o final do filme deixa claro a mensagem que o autor quer passar. Aliás, a direção do filme é cirúrgica. Cada quadro tem sua importância, e a forma como eles são montados tem uma precisão absoluta, enquanto os protagonistas, Sope Dirisu e Wunmi Mosaku, dão simplesmente um show de atuação. Em especial, Wunmi é a que mais se destaca.

A trilha sonora e edição de som consegue incorporar elementos típicos de filmes de terror, ao criar personalidade ao longa. Além disso, a trilha tem vários elementos musicais que se conectam diretamente a África. Já a fotografia escolhe paletas de cores mais quentes dentro da casa, mudando para cores frias quando personagens estão fora dela. Quase como se o interior da casa do casal fosse ainda um pedaço do Sudão, incluindo os seus horrores.

Se você quiser ver este filme como um filme de assombração comum, ele te dá essa liberdade, porém junto você leva uma crítica social de brinde também, o que é ótimo. Mas os detalhes, montam este quadro do horror. O horror que acontece neste exato minuto enquanto você lê esta material. O horror vivido na Síria, em Mianmar, e em inúmeros outros lugares em todo mundo.

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