Maria Luiza, documentário de Marcelo Díaz, abre diálogo sobre transexualidade

O documentário Maria Luiza, do diretor Marcelo Díaz, vem em tempos de intolerância para abrir o diálogo sobre transexualidade. Durante a coletiva de imprensa, elogios à Marcelo e Maria não faltaram, todo sorridente o diretor aplaudiu sua musa.

Perguntado sobre como os dois se conheceram, Marcelo conta que “podemos dizer que somos amigos a mais de dez anos, a conheci (Maria Luiza) através de matérias jornalísticas que saíam aqui em Brasília … Não podia ficar só lendo, precisava fazer algo” , conta Marcelo como começou a planejar o filme “foram 10 anos de jornada para esse filme, acredito que ele vai abrir o diálogo para mais Marias Luizas”. Marcelo conta que Maria Luiza o recebeu com muito carinho, e até aceitou a ideia do filme, e ela perguntou “Quem vai fazer o meu papel?”, revelaram os dois rindo.

Muito tímida, Maria falou pouco, mas as poucas falas foram fortes. “Certas situações não podemos aceitar, temos que lutar” , disse ela. “Sou brasileira guerreira, sim, com muito orgulho”.  Maria Luiz também disse a importância da família em sua história, “Meus pais foram exemplares, me tratavam com carinho, apesar de não me entenderem … Eles só recorreram a médicos para ter respostas que não conseguiam ter” disse Maria sobre a época que começaram suas várias idas a médicos para “tratar” sua condição. Ainda falando da família, Maria Luiza explicou a origem de seu nome, “Eu tinha uma lista de vários nomes que eu gostaria de ter, até que eu notei que minhas irmãs se chamavam Maria”. Ao questionar sua mãe, ela descobriu que “ela havia feito uma promessa, todas as filhas seriam chamadas de Maria e os meninos de José. Naquele momento eu decidi cumprir essa promessa também escolhendo o nome de Maria”.

Os dois ficaram muito felizes com a recepção do filme, “Aqui em Brasília se formavam filas para conhecer a Maria Luiza”, conta o diretor. O diretor também fez questão de deixar claro a importância de políticas públicas que tornaram possível a realização do filme. E Maria Luzia finaliza, “Muitos amigos da FAB voltaram a falar comigo. Foi uma surpresa, estou muito feliz com o resultado do filme”.