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A Bruxa de Blair

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“Viu aquele documentário?” Junho, 1999. A lenda de uma bruxa se espalhava pela TV e internet. Cartazes de pessoas desaparecidas. Sites com teorias de conspiração. A Bruxa de Blair chegava as salas de cinema para revolucionar o gênero de terror com o, agora famoso, “found footage” e junto, o marketing imersivo que a produtora criou.

Mas não é exclusividade da bruxa, Contatos de 4° Grau ainda arrepia alguns e todo o sucesso da franquia Atividade Paranormal se dá ao boca a boca do primeiro filme. Infelizmente, o que tornou o longa de 1999 um clássico, faltou no revival de 2016, mostrando que a história de A Bruxa de Blair é um terror sem grandes méritos.

E essa contestação se dá ao fato do novo filme apresentar a maioria, se não todos, os plots do original. Seja o estilo documentário, com personagens encarando a câmera, até os sons de árvores caindo durante a noite. A história é a mesma com uma interação entre personagens já conhecida, a mudança aparece no ritmo e intensidade.

O espectador não tem descanso, isto é, sustos podem acontecer desde os primeiros minutos com cortes bruscos e interferência na câmera, até o fim, com gritos e correria. Sem falar dos upgrades nos poderes da bruxa que explicam alguns eventos do primeiro e adicionam outros para ter o que desenvolver caso apareça a oportunidade de uma sequência.

E se dá para pular da cadeira, também se consegue tirar boas risadas. Com um elenco em sua maioria desconhecido, quem se destaca pelas boas piadas e humor é Brandon Scott, que já participou de séries como Stitchers e Masters of Sex. Na outra extremidade, tem a atriz de The Following, Valorie Curry, que chama a atenção nas poucas cenas que aparece com seu jeito introspectivo e gritos.

O melhor fica para o estilo gráfico do longa. O sangue gotejante e as feridas borbulhantes conseguem causar calafrios e nojo, além das locações que recriam a casa abandonada do original, trazendo mais terror para o lugar que é apenas 1% da história de 1999. E o link entre enredos não é apenas esse, a ligação familiar e todas as menções fazem a experiência mais agradável e nostálgica.

Principalmente por ter sido filmado as escondidas e não ter tido tempo para se criar expectativas, A Bruxa de Blair não decepciona, mas também não se destaca dos diversos filmes no estilo câmera na mão, que não são muito mais do que divertidos por causa da clássica ingenuidade dos personagens do gênero. Entre sangrento, nostálgico e simplesmente divertido, este revival promete dividir opiniões, entre os fãs de um terror “cabeça” como A Bruxa e dos que apenas curtem muitos gritos e sustos.

Junno Sena
Junno Sena
Escritor e estudante jornalismo, mas querendo mesmo é comer croissant em frente a Tiffany's. Por falar nisso, alguém sabe para que lado fica o Restaurante no Fim do Universo?

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