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Rádio Batuta lança playlist com gravações raras de Chico Buarque

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Referência central da música popular brasileira, Chico Buarque possui uma ampla e consagrada carreira. A partir do dia 5 de abril, o público pode acessar um material inédito do compositor: uma série de gravações raras, reunidas pela Batuta, rádio de internet do IMS. Os áudios, cuja maior parte não está disponível em nenhuma plataforma digital, podem ser ouvidos gratuitamente no site da rádio.

Intitulada “Chico Buarque — Raridades analógicas”, a playlist traz 17 músicas gravadas pelo cantor em compactos, trilhas sonoras e projetos especiais lançados no Brasil e no exterior. Dezesseis das faixas saíram apenas em vinil, sendo versões alternativas de grandes sucessos do artista. Aliás, os registros jamais foram incluídos em álbuns da carreira de Chico, além disso, não entraram nas coletâneas montadas para os boxes do compositor.

A pesquisa e seleção das músicas foi feita pelo jornalista e pesquisador musical Renato Vieira, com a ajuda da colecionadora Jennifer de Paula, que também digitalizou os áudios. O pesquisador comentou como foi o processo de busca pelas gravações, destacando as curiosidades da playlist, “Ao longo dos anos 60 e 70, Chico fez gravações de músicas muito conhecidas fora dos chamados discos de carreira, com outros arranjos. Em alguns casos, como o da faixa “Até pensei”, o primeiro registro foi feito para um compacto simples (disco de vinil com uma faixa de cada lado) que saiu rapidamente de circulação. É uma chance de ouvirmos um artista fundamental, cantando músicas que conhecemos bem, mas de um jeito diferente do qual costumamos ouvir.”

Entre as faixas incluídas no especial, está, por exemplo, uma versão menos conhecida da famosa canção “A banda”. Um dos primeiros grandes sucessos do cantor, a música foi registrada duas vezes por Chico em 1966. A gravação mais famosa abriu o primeiro LP do artista. A outra, feita com acompanhamento de uma banda, foi incluída em um raro compacto duplo e é apresentada nesta playlist.

Considerada o marco zero da carreira profissional de Chico, “Tem mais samba” também aparece neste especial. Completamente diferente da versão incluída no disco de estreia do cantor, esta foi parar no lado B do compacto com a música “Carolina”, lançado nos últimos meses de 1967. O arranjo da gravação é do maestro Gaya.

Outro destaque é a versão de “Apesar de você”. Sucesso instantâneo, a canção foi lançada em 1970 e, semanas depois, proibida pela censura da ditadura militar. Chico fez uma nova gravação da música oito anos depois, mas o registro original, que chegou a sair em CD em uma compilação do livro “Almanaque anos 70”,  permanece fora das plataformas digitais, sendo reproduzido no especial.

A playlist inclui também a gravação original de “Tanto mar”. Composta em homenagem à Revolução dos Cravos de Portugal, em 1974, a música foi proibida no Brasil pela censura. Em 1978, Chico mudou alguns versos e a colocou no mesmo disco para o qual “Apesar de você” foi liberada. A versão original da canção, no entanto, nunca foi oficialmente lançada no Brasil, apenas em Portugal.

Também são reproduzidas gravações feitas em abril de 1983 durante um concerto em Manágua, na Nicarágua, que reuniu vários músicos da América Latina. Ao se apresentar, Chico cantou “O que será”, concebida para o filme Dona Flor e seus dois maridos, misturando duas letras que fez para a música. Também realizou um dueto com o cantor Fagner, com quem interpretou as canções “Não existe pecado ao sul do Equador”, composta junto com Ruy Guerra, e “Batuquê de praia”, que Fagner havia gravado com o jogador de futebol Zico.

Da década de 1980, há também “Tantas palavras”, com melodia de Dominguinhos e letra de Chico. Inicialmente, a canção foi feita para Roberto Carlos, que acabou não gravando a composição. Em 1984, Chico lançou a música, mas com modificações na letra. A versão original, no entanto, foi registrada pelo artista, um ano antes, na abertura da novela Sabor de mel, exibida pela Rede Bandeirantes, e agora pode ser ouvida nesta playlist.

O especial inclui ainda gravações raras das músicas “Noite dos mascarados”, em dueto com Odete Lara, “Meu refrão”, “Até pensei”, em versão com arranjo do maestro Lindolpho Gaya, “Tão bom que foi o Natal”, jingle feito para uma imobiliária de São Paulo, “Bom tempo”, inscrita na primeira Bienal do Samba e apresentada com participação de Tom Jobim e do Quarteto 004, “Desalento”, em versão original dirigida pelo produtor Manoel Barenbein, “Jorge maravilha”, “Quadrilha”, “Carolina” e “No dia que o Cristo falou”, dedicada ao carnavalesco Joãosinho Trinta. (Veja no serviço a relação completa das músicas, com mais informações).

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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