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“Adeus, Ternura” no Teatro de Arena do SESC Copacabana

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“Adeus, Ternura”
Foto: Vitor Pollak

Com direção de Rodrigo Portella e dramaturgia de Rafael Souza-Ribeiro, o espetáculo “Adeus, Ternura” conta uma fábula que se passa na última noite de um bar que será fechado. O grupo se inspirou no gênero musical que ficou conhecido como brega nos anos 70 e 80, nas músicas de bar e no ambiente da boemia para contar, com humor, uma história que fala de solidão, paixão, amizade e resistência.

Em cena, Ana Carolina Sauwen, Camila Nhary, Filipe Codeço, Matheus Lima e Pablo Aguilar vivem personagens que exalam uma humanidade tão peculiar, típica dos que habitam bares, botecos e biroscas de bairro.

Autor de “Adeus, Ternura”, Rafael Souza-Ribeiro escreveu o espetáculo para ser um grande plano sequência, encenado em tempo real, a partir da pesquisa realizada pelo Bando de Palhaços, tendo como uma das referências o livro “Eu não sou cachorro, não: música popular cafona e ditadura militar”, de Paulo Cesar de Araújo.

“A peça se passa numa única noite num bar que é ameaçado de fechar para dar lugar a mais uma farmácia”, explica o dramaturgo. “O Bar Ternura é um local de encontro, de sonho e de alegria. O espetáculo é uma homenagem a esses tipos brasileiros que vemos nos bares, nas praças e nas cidades e que ainda encontram forças para acreditar no amor, na paixão, na força transformadora da música e lutam diariamente contra uma realidade dura que nos empobrece não só materialmente”, conta.

Quinto espetáculo do Bando de Palhaços, “Adeus, Ternura” é a primeira peça adulta do grupo, que tem 12 anos de trajetória. Essa montagem representa uma nova fase do grupo, uma mudança na pesquisa artística, antes voltada para a família.

“O ponto de partida dos espetáculos anteriores era o jogo e a improvisação. A dramaturgia era construída a partir da cena”, conta a atriz Camila Nhary. “Em ‘Adeus, Ternura’, nos desafiamos a mudar a ordem das coisas e, pela primeira vez, estamos construindo a peça a partir da dramaturgia e nos descolando da imagem do palhaço”, revela.

Apesar de não trazer elementos explícitos da palhaçaria, como o nariz vermelho, a figura do palhaço está presente em cena de uma maneira desconstruída, do avesso. O diretor Rodrigo Portella tem contribuído para esse trabalho de transformação, alcançando lugares mais extremos.

“ A palhaçaria é um terreno que oferece autoconhecimento, uma oportunidade de nos olhar por uma nova perspectiva, de encontrar nosso ridículo, nossas mazelas, aquilo que é incompleto e imperfeito. Aí é que está a beleza. Quando nos damos conta disso, conseguimos nos relacionar melhor com o mundo, com o outro e com nós mesmos”, diz o diretor, que também assina a iluminação da peça.

O diretor musical Marcello H acredita que as diferentes camadas de interpretação tornam a dramaturgia mais instigante e que o mesmo acontece com a trilha sonora. “A ideia é abrir novas janelas através da música e da atmosfera sonora de maneira que elas ajudem na construção dessas camadas por meio dos sons”, explica. “Penso que a trilha desse espetáculo ocupa dois planos na construção da história. O primeiro eu chamo de ‘a voz’ do Bar Ternura, representada pelo universo da música brega, que alimenta a nossa memória. A outra, se desloca do bar e cerca a plateia, instigando as emoções”, adianta Marcello H.

  Além disso, o diretor Rodrigo Portella enxerga uma camada ainda mais profunda, que tem a ver com o título da peça. “O que é ternura? Ser terno é estar disposto a dar e receber afeto. Esse sistema que estamos enfiados há anos gera a necessidade de nos protegermos. Para nos qualificarmos nesse mundo de aparências, criamos um monte de cascas como se vivêssemos dentro de embalagens, um rótulo bonito, que precisa ser vendido. Ou criamos uma casca rígida, que nos proteja do que vem de fora. Isso vai nos impedindo de sermos ternos”, acredita. “Como o palhaço não tem medo do ridículo, não têm pudor ou vergonha, ele se descasca em cena e o mesmo acontece com o espectador, evidenciando a beleza do que é humano, real, vivo e cheio de imperfeições”, diz.

Serviço:
“ADEUS, TERNURA”
Temporada: de 13 de outubro a 6 de novembro de 2022, às 20h
De quinta a domingo
Local: Teatro de Arena do Sesc Copacabana – Rua Domingos Ferreira 160. Tel.: (21) 2547-0156
Horário de funcionamento da bilheteria: de terça a sexta, das 9h às 20h. Sábados, domingos e das 13h às 20h.
Classificação indicativa: 16 anos.

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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