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Apesar das desavenças, Fagner homenageia Belchior em “Meu Parceiro Belchior”

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Na última sexta-feira, 14, a música popular brasileira ganhou mais uma obra de peso. Desta vez, o cantor Fagner surpreendeu o público trazendo seu novo disco, o “Meu Parceiro Belchior”. O álbum relembra o início de carreira de ambos os artistas, quando eles abandonaram o Ceará e vieram para o Rio de Janeiro na tentativa de se tornarem conhecidos no cenário da música brasileira.

Parceiro em várias canções, algumas até mesmo regravadas e cantadas por outros artistas, eles tiveram desentendimentos das quais Fagner diz ter se arrependido. “Ele chegou a me procurar, mas eu, cabeça dura, não fui ao seu encontro. Lamento porque poderíamos ter feito mais música juntos.! Fica, certamente, a frustração. Os filhos dele falaram que me mandariam poemas dele que eu gostaria de musicar. Tenho muita vontade de fazer isso”, disse o cantor, que deixou claro que, sua admiração por Belchior nunca deixou de existir.

“Meu Parceiro Belchior”
Foto: Leo Aversa

Apesar dos pesares, em “Meu Parceiro Belchior”, duas músicas inéditas aparecem. As canções foram encontradas pelos pesquisadores musicais Marcelo Fróes e Renato Vieira, em registros de órgãos da censura da ditadura que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985, a pesquisa trouxe à tona “Alazão” e “Posto em sossego”. Para quem esperava o encontro entre os dois, as faixas celebram um encontro póstumo entre Fagner e Belchior, que faleceu em 2017, aos 70 anos.

Entre os destaques, encontra-se a canção “A palo seco”, de 1973. Ela já tinha sido gravada por Fagner no segundo álbum do cantor, “Ave Noturna”, em 1975. Só que o atual registro tem um diferencial: a voz do próprio Belchior, extraída da gravação do antológico álbum “Alucinação”, sendo a faixa que abre o disco, uma preciosidade de ser ouvida. Depois, Fagner entra como a segunda voz até que os cantos dos artistas se misturam e dão ainda mais valor para a canção. Além disso, o disco conta com as participações de Amelinha, Roberto Frejat e Xand Avião.

O álbum conta com 12 faixas. E do total, oito são parcerias entre Fagner e Belchior. Sendo ele uma das vozes mais importantes da música nacional, sua memória agora é novamente trazida ao público pelo companheiro de estrada que, no dia do lançamento do disco, comemorou seus 73 anos de idade, ao qual, 50 anos foram de dedicação à música.

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