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“Elegbará”: Corpos pretos, gordos e suburbanos ganham os palcos

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Cria da Penha, bairro do subúrbio carioca, Nyandra Fernandes atinou pra dança aos 16 anos, embora sinta que o desejo de dançar sempre tenha estado ali. Em meio à pandemia, desenvolveu um “projeto audiovisual dançado”, como ela credencia o trabalho artístico homônimo “Elegbará”.

Sob direção da própria Nyandra e assistência de Elton Sacramento, o trabalho gira torno da vivência de Nyandra nas ruas e nas religiões de matriz africana, buscando sempre a aspiração de emancipar as suas narrativas, as deslocando de direções eurocêntricas.

Dentre as muitas particularidades, “Elegbará” fala de corpo. O corpo preto, gordo e periférico que conversa com as ruas da cidade fazendo dela o seu palco. Na montagem, a pesquisa de movimento de Nyandra tem continuidade com outros bailarinos com perfis semelhantes ao citado acima, intencionando “educar” os olhos a verem todos os tipos de corpos no palco. “Por muito tempo corpos como o meu e similares não foram possibilitados de ocupar espaços como os da dança contemporânea. Se hoje eu consigo de alguma forma ocupar este lugar, é para apresentar a possibilidade e mostrar para outras pessoas gordas e periféricas que nossos corpos são potência”, confia a artista.

Na cena, uma dança afro-brasileira contemporânea, corpos gordos distintos, ancestralidade e possibilidades de ver a rua como é: uma grande encruzilhada que tem diversos caminhos onde a gente se encontra, se perde e dança. São utilizados ainda elementos ancestrais ligados ao candomblé, como padês (comida oferecida à Exu feita de azeite de dendê e farinha de mandioca com folhas de mamona).

Partindo da pesquisa e do universo iniciado na sua experiência audiovisual homônima, com esta obra de dança inédita o desejo é de reafirmar que se faz necessário falarmos dos diversos tipos de corpos e sobre suas particularidades, além de mostrar como eles podem e se comunicam com outros quando possuem o mesmo objetivo – que, neste momento, é o movimento, a dança. Para além disso, tornou-se imprescindível levar aos palcos as religiões de matriz africana, que são inspiração para muitas manifestações populares.

” “Elegbará” surgiu em 2021 da minha necessidade de falar sobre o meu corpo gordo, meus movimentos e as ‘amarras’ as quais meu corpo sempre foi submetido. No trabalho quis exaltar minhas particularidades, que conversam com as particularidades de muitas outras pessoas, e ainda falar sobre e exaltar as religiões de matriz africana que fazem parte da minha caminhada. Elegbará fala também de lugares não vistos como possibilidade de criação de arte contemporânea, longe dos grandes centros urbanos”, pontua Nyandra.

SERVIÇO:
Data: 1º de Dezembro
Horário: 19h
Onde: TEATRO JOÃO CAETANO ( Praça Tiradentes, s/n – Centro)
  Ingressos no site
Bilheteria do Teatro: Terça a Sexta-feira, das 13h às 18h /Sábados e Domingos das 15h às 18h. Nos feriados funciona apenas em dias de espetáculo, das 15h às 18h.
Data: 08 de Dezembro
Horário: 19h
Onde: TEATRO ARMANDO GONZAGA
Bilheteria do Teatro: Quinta-feira à Domingo, de 14h às 18h. Em dia de espetáculo, aberta até às 20h30.
Duração: 45 minutos
Classificação Indicativa: Livre

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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