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Saga Pânico mistura metalinguagem ao terror desde os anos 90

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Sucesso dos anos 90, franquia não pretende parar tão cedo.

Toda a década de 90 e o início dos anos 2000 são considerados a época em que os filmes de terror estavam em seu ponto mais baixo, nesse período, os estúdios estavam totalmente sem ideias para novas produções, o que os obrigava a reaproveitar velhas franquias à exaustão. Aliás, filmes como Hora do Pesadelo 6 – O Pesadelo Final, Jason X, Freddy X Jason são os piores dos maiores exemplos de obras terríveis dessa época, o que rotulou filmes de terror como ruins, malfeitos, e bobos. Até que em 1996 surgiu um filme que seria um verdadeiro refresco ao terror slasher, era o inicio da Saga Pânico.

Escrito por Kevin Williamson e dirigido por Wes Craven, criador de Hora do Pesadelo, Pânico é o maior exemplo de como é possível criar um terror com violência, sustos e diversão. O roteiro conta como um assassino misterioso começa a matar questionando-as com perguntas sobre filmes de terror. Vários elementos transformaram Pânico em um clássico, o principal é a forma que o filme, e a franquia, usam os clichês de terror como piada e como ferramenta narrativa.

O primeiro filme, faz várias homenagens a Halloween: A Noite do Terror, até fazendo os personagens verem o filme dentro do filme. O roteiro de Williamson é muito inteligente na questão da metalinguagem, criando um ambiente que até parece que os personagens sabem que estão dentro de um filme. Um recurso difícil de usar, mas que quando bem feito cria uma conexão com o público muito forte. Outro elemento definitivo para o sucesso do filme foi o investimento em um elenco de peso para a época. Grandes nomes dos anos 90 como Drew Barrymore, Matthew Lillard, Neve Campbell e Courteney Cox em papéis centrais da trama, que seguem a franquia inteira. O filme foi um sucesso de bilheteria e crítica, e, certamente, teria uma sequência.

Logo no ano seguinte chega aos cinemas Pânico 2, trazendo nomes como Timothy Olyphant e Sarah Michelle Gellar. A sequência já começa bem por engatar na metalinguagem fazendo piada sobre a própria franquia, consolidando a marca fundamental da saga Pânico, ser uma sátira do terror. Os casos do primeiro filme foram transformados em um romance chamado “A punhalada”, que manipula os fatos da forma mais sensacionalista possível, assim o roteiro também critica essa mídia que usa crimes reais e tragédias reais para lucrar ao máximo. O primeiro filme e a sequência renderam mais de US$ 170 milhões em bilheteria, o que obviamente levou a próxima sequencia, Pânico 3, em 2000. É aqui que a saga começa a dar suas derrapadas por se tornar o clichê que tanto criticava.

O terceiro filme foi o primeiro sem Kevin Williamson, por estar ocupado no roteiro de um seriado, o que levou Ehren Kruger a roteirizar a sequência. Dentro de um plano geral, Pânico 3 é o mais fraco da franquia, totalmente cheio de clichês tolos e com reviravoltas que são apresentadas sem desenvolvimento, ainda que tenha arrecadado mais de US$ 160 milhões de bilheteria, o estúdio resolveu dar um pausa na franquia por longos 11 anos.

Em 2011, Pânico 4 traz o grande retorno da dupla Williamson e Craven, no roteiro e direção, fazendo da Saga Pânico sendo uma sequência direta dos acontecimentos do terceiro filme. Depois de 15 anos dos assassinatos de Woodsboro acontecerem, uma nova onda de mortes começa e um novo Ghostface nasce. É patente que o filme melhora drasticamente de qualidade nas mãos dos dois autores originais, porque além de voltar o tom satírico e crítico, se torna visionário na onda das redes sociais dominando o mundo, onde todos querem ser famosos, custe o que custar. Além disso, a sequência traz um elenco de peso para a época também, com Emma Roberts e Hayden Panettiere. Ainda que a qualidade técnica e de roteiro fossem altas, depois de mais uma década na geladeira, a franquia foi sendo esquecida e isso afetou diretamente na bilheteria. O que? Achou que uma bilheteria fraca acabaria com o Ghostface? Ledo engano, caro leitor.

PânicoCom Jenna Ortega, Jack Quaid e o trio original David Arquette, Neve Campbell e Courteney Cox, Pânico 5 chegou aos cinemas em 2022, onze anos depois dos acontecimentos do quarto filme. O filme teve vários obstáculos na produção, principalmente a pandemia de Covid-19, mas o estúdio insistiu na produção, com forte homenagem a Wes Craven, que faleceu em 2015. Ainda que sem a direção Craven e sem o roteiro de Williamson, foi consenso da crítica que Pânico 5 conseguiu se manter em sua narrativa de metalinguagem, ainda surpreendendo e causando impacto. Levando em conta que a franquia tem mais de 25 anos e ainda consegue surpreender com a mesma narrativa é um mérito que poucas sagas tem. Agora acha que acabou? Jamais!

  Pânico 6 chega aos cinemas em 9 de março de 2023, com personagens tentando fugir de Woodsboro, procurando segurança na grande metrópole de Nova Iorque, chega a soar irônico, né. Segurança em Nova Iorque??? Essa é a grande deixa e principal premissa do mais novo sucesso da Saga Pânico.  E você ainda achou que a franquia havia chegado ao limite.

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