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Sonia Gouveia utiliza a pedra como metáfora em nova série de fotografias

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Sonia Gouveia
Foto: Sonia Gouveia

A pedra, enquanto símbolo, está presente de forma plural na língua portuguesa. Expressões como “pedra no sapato”, “tirar leite de pedra”, “coração virou pedra”, “pedra no caminho”, entre outras, nos ajudam a expressar, de forma direta, situações, sentimentos e sensações que podem ser complexos, o poder desse mineral enquanto força metafórica serviu de material criativo para a fotógrafa Sonia Gouveia desenvolver a série “Fria, Insípida, Inodora e Dura”.

A exposição faz parte da 2ª edição da exposição coletiva Mulheres de Visão, na Icon Artes Galeria, que conta com a participação de outras 15 artistas, e é aberta ao público no dia 25 de março.

Investigar o mundo interior, dos sentimentos, através da fotografia, tem sido um dos motores da produção de Sonia Gouveia. O pontapé inicial para esta nova série foi o interesse pelas expressões populares que tinham a pedra como base, mas logo evoluiu para como esse elemento poderia ajudar a explorar as problemáticas da vida contemporânea, tema que atravessa a poética da fotógrafa. Essas questões já estavam presentes na série “Pequenas Dores Cotidianas” e ganharam novas nuances neste trabalho, inclusive estéticas. Se nas imagens anteriores o fundo era escuro, com luz muito direta e fortes contrastes para amplificar a sensação de dor, isolamento e angústia, neste, predominam os fundos brancos, com contrastes mais suaves, para enfatizar a ideia de frieza.

“Delimitei o tema pedra enquanto elemento que substitui o liso, o quente, o saboroso e o macio, Me veio à mente a figura mitológica da Medusa, que transformava em pedra todos os que a encaravam. Nesse sentido, pensei a Medusa como analogia do dia-a-dia: quem enfrenta a rotina contemporânea acaba petrificado porque, diante das pressões diárias, tudo fica frio, duro, e nós vamos nos tornando cada vez mais insensíveis. A série aborda a frieza – caracterizada como apatia e inércia – que se abate sobre os prazeres cotidianos”, reflete a artista.

Assim, as fotografias explicitam problemáticas pertinentes para a sociedade contemporânea, do consumo e do espetáculo, na qual ter e exibir é mais importante do que experienciar, o que acaba amplificando o individualismo e gerando um afastamento das pessoas em relação às suas próprias subjetividades e às dos outros. “Os sentimentos endurecem, o coração vira uma pedra, a lágrima se petrifica, ela é rígida, ela é fria, a nossa identidade fica vazia a partir do momento em que a gente reproduz um padrão de self que é vazio”, enfatiza.

Além de Sonia Gouveia, participam da exposição outras 15 artistas: Angela Roumillac, Cristina Zarur, Emily Melle, Joana Verdial, Karen Eppinghaus, Manuela Leite, Maria Eugênia Nabuco, Marilene Nacaratti, Miriam Ramalho, Nana Moraes, Patrícia Abreu, Rafa Dias Romero, Rose Aguiar, Sandra Gonçalves e Tete Lima.

SERVIÇO
“Fria, Insípida, Inodora e Dura”, de Sonia Gouveia, na 2ª edição da Mulheres de Visão
Local: Icon Artes Galeria (Térreo da Fábrica Bhering – Rua Orestes, 28, Santo Cristo, Rio de Janeiro)
Abertura: 25 de março, das 15h30 às 18h
Visitação: Até 20 de maio (de quinta a sábado, das 15h às 18h30)
Entrada gratuita

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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