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Thiago Lacerda volta às telonas em Road Movie pelo Sul do Brasil em Além de Nós

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Dois papéis inesquecíveis ajudaram a solidificar a carreira do ator Thiago Lacerda no imaginário do espectador brasileiro: quando representou o imigrante italiano Mateo, na novela “Terra Nostra”, que teve um incrível sucesso de audiência, e quando interpretou o icônico revolucionário Giuseppe Garibaldi na minissérie “A Casa das Sete Mulheres”, que foi ao ar há cerca de 20 anos. Ambas as produções da TV Globo foram exibidas no início dos anos 2000, o que contribuiu para alçar a carreira de Thiago Lacerda, além de ter se tornado um novo galã.

Thiago Lacerda Os anos se passaram, e por mais que Thiago tenha trabalhado um bocado entre novelas, a ideia de Sul do Brasil que ficou remetida à sua imagem por conta desses dois primeiros papéis tão impactantes passam a impressão de que, ao retornar agora aos cinemas com o longa Além de Nós, o público tenha a sensação de que o ator está de volta à casa.

No filme, acompanhamos o jovem Leo (Miguel Coelho), que tem uma relação conturbada com o pai. Entre divergências ideológicas e visões de futuro, os dois convivem quase sempre em tensão. Em um dia ruim, Léo é demitido do emprego e volta para casa frustrado, porém, encontrar o pai e encarar as mesmas divergências diárias só piora tudo. Entretanto, quando acorda na manhã seguinte, seu mundo desaba ao encontrar o pai sem vida dentro de casa. O sentimento de culpa por como poderia ter sido a relação dos dois, a tristeza por perder o pai e um medo com relação a como será a sua vida a partir de agora conduzem Leo a encontrar uma carta e uma foto com o último desejo de seu falecido pai.

Assim, ele descobre que o seu pai teve um sonho oculto de ir ao Rio de Janeiro visitar o museu do Catete, pois era onde viveu e morreu o presidente que ele mais admirou: Getúlio Vargas. A mistura de sentimentos em Leo o impulsiona a cair na estrada para realizar o último desejo de seu pai e deixar a fotografia nos pés do museu, e para isso, Leo pedirá ajuda de seu tio Arthur, com quem a convivência também não é das melhores, porém ciente de que o tio tem uma experiência de estrada que ele não possui.

O diretor Rogério Rodrigues constrói uma narrativa através do ruído entre relações. Em Além de Nós, parte do sentimento familiar comum é conflitante a muitas pessoas, a partir daí, se tece uma história em que estas mesmas relações se curam quando passam a conviver e se ouvir.

O que o espectador pode interpretar de Além de Nós é que quando passamos mais tempo com os familiares com quem historicamente temos divergência, passamos a entender nossas próprias raízes. Dessa forma, ao optar por fazer o filme um road movie, Rogério Rodrigues acerta no formato, demonstrando que não importa o destino nem a motivação, mas sim aquilo que aprendemos ao longo do caminho.

É, certamente, muito bom ver novamente Thiago Lacerda nas telonas. Além de Nós traz à tona a nostalgia e a familiaridade que papéis sulistas despertam sobre o ator: é gostoso demais vê-lo novamente nas paisagens do pampa gaúcho.

Janda Montenegro
Janda Montenegro
Escritora, roteirista, mestranda em Literatura Brasileira pela UFRJ, crítica de cinema, tradutora e revisora.

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