- Publicidade -

Exposição “[V]entre” no Memorial Getúlio Vargas

Publicado em:

O Memorial Getúlio Vargas apresenta a exposição “[V]entre”, um duo das artistas Anelice Lober e Greice Cohn, com curadoria de Shannon Botelho. Aliás, a exposição, como define Shannon, é uma grande homenagem para as mulheres, pois “fala de tudo o que a noção de “feminino” pode conter, promover, ensejar, recontar.”

Reunindo pinturas, bordados, objetos, instalações, vídeos e poemas, “[V]entre” aborda de diferentes formas e meios de expressão o universo feminino, uma ode à própria vida com suas agruras e delícias, ressaltando a memória, as relações, a coragem e a capacidade de transmissão de saberes culturais.

Em seus trabalhos, Anelice e Greice revelam histórias pessoais e familiares relacionadas às condições femininas dentro de uma sociedade marcada pelo machismo estrutural. “As artistas emancipam as meninas-mulheres abordadas simbolicamente nas obras. Minimizam as suas dores e exaltam suas alegrias e coragem. Estruturam uma narrativa das vencedoras e não das vencidas. Dão vazão ao fluxo de vida interrompido, impedido ou desviado por gerações como uma revoada liberta ou como expurgo de sentimentos e desejos. Tudo aqui vem de dentro do [V]entre, pois é visceral”, ressalta o curador.

Anelice apresenta um conjunto de trabalhos por meio dos quais discute as rupturas das relações afetivas e suas implicações na vida das mulheres. A artista propõe que a obra SACO DE FILÓ (um grande saco ‘escrotal’ feito de filó preto com pelos de tecido), seja usada como “lixo” psíquico dos visitantes, onde irá recolher os conflitos, sentimentos negativos, traumas e afetos que o público queira partilhar, liberar e curar.

Aliás, para apoiar a cura, será realizada no último dia da exposição, nos jardins da praça do museu, uma pequena fogueira para a queima dos papéis deixados pelo público, e acolhidos no grande saco de filó, com a presença de um facilitador de tradições nativas dos povos originários, para realizar a cerimônia, como uma queima ritual para a transmutação das dores, cicatrizes e sentimentos negativos. “Não se trata de uma performance mas, simplesmente, estabelecer um espaço onde se permite criar novas maneiras de partilhar o comum, numa experiência do sensível. O objetivo é promover o aprendizado mútuo e a partilha de pensamentos e desejos através da ultrapassagem dos limites estéticos da arte”, diz a artista.

IMAGENS COM FRAGMENTOS DE MEMÓRIAS
Greice Cohn resgata as suas memórias e as reestrutura através de imagens-projeções que presentificam o desejo e as pulsões da vida. A proximidade com o cinema, trouxe para o trabalho de Greice a noção de montagem, perceptível não somente nos vídeos/filmes apresentados na mostra, mas também no modo como constrói a pintura, como na série Mientras, conjunto de seis dípticos que trazem imagens que se complementam.

Já na série BICHOS, conjunto compostos por 20 pinturas em tinta acrílica e nanquim sobre papelão, além do domínio da montagem, a artista se desafiou a utilizar toda a tinta que restava na paleta após um dia de trabalho no seu ateliê, de forma despretensiosa, sem metas, compromissos ou expectativa de resultados.  Ao final da experiência, notou que surgia uma “bicharada” como personagens impregnados na memória.
“Não desejamos que a exposição seja compreendida como um panfleto simplório da memorável luta das mulheres e de seus ideais. Queremos sim, que este espaço seja um lugar de liberdade, onde o pensamento e os desejos ganhem corpo para exercerem seu papel de impulsionadores da liberdade, da vida e do desejo”, explica Shannon Botelho.

Serviço:
Memorial Getúlio Vargas (Endereço: Praça Luís de Camões s/n – subsolo. Glória)
Visitação pública: 30 de abril  até 18 de junho de 2023 | Terça-feira a Domingo, 10h às 17h

Rota Cult
Rota Cult
Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

Mais Notícias

Nossas Redes

2,459FansGostar
216SeguidoresSeguir
125InscritosInscrever
4.310 Seguidores
Seguir
- Publicidade -