Indiana Jones – O Nascimento de um clássico

Essa semana chega aos cinemas o quinto ( e último) filme do maior arqueólogo e aventureiro do cinema: Indiana Jones. Imortalizado por Harrison Ford, Dr. Jones está de volta em Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Aliás, você já parou para se perguntar de onde vem o nome Indiana Jones? E como ele conquistou o mundo? Venha comigo eu que eu te conto!

Logo após o sucesso de Star Wars: Uma Nova Esperança, George Lucas conversava com um de seus grandes amigos, Steven Spielberg, que lhe confessou um interesse em dirigir um filme da franquia de 007. Todavia existiam dois problemas para que Spielberg realizasse esse sonho. Primeiro que a franquia de James Bond era muito protegida pelo estúdio da MGM, que preferia deixar o personagem nas mãos de diretores britânicos. Em segundo lugar, os estúdios estavam ligeiramente receosos com Steven porque, apesar de seus dois filmes mais recentes, Tubarão (de 1975 e 1941 de 1979), terem feito grande sucesso, eles também tiveram muitos problemas na produção. Dessa forma o diretor ficou conhecido como um “diretor problemático”.

Nesse momento de conversa que Lucas compartilhou a ideia de um personagem que seria um arqueólogo dos anos 1930 que busca tesouros mágicos da história humana, ao passo que luta contra a ameaça do regime nazista. A primeiro momento tudo que Spielberg disse foi: “Mas ele pode ser como James Bond” e assim nasceu Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida, de 1981.

Assim como Star Wars, o primeiro filme na saga não tinha o título “Indiana Jones”, era apenas Caçadores da Arca Perdida. Onde o prof. Jones foi contatado pela inteligência de Guerra dos EUA para ajudar a achar algo que os nazistas estavam buscando com afinco perigoso, algo que contém o poder absoluto de Deus, como a Arca da Aliança que contém as tábuas quebradas dos Dez Mandamentos escritos por Moisés.

 Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida já começa emplacando duas cenas que ficaram para a história do cinema, onde Indiana troca um totem de ouro por um saco de areia para não ativar as armadilhas do templo. Porém, infelizmente, o artifício falha e cria a segunda cena icônica, onde Indiana tem que correr de uma gigantesca pedra que irá esmagá-lo se ele não escapar a tempo. Além disso, o longa também deu a Harrison Ford seu personagem mais icônico, ainda mais que Han Solo.

Aliás, grande parte do filme foi feito na Tunísia, onde Lucas já havia feito filmagens de Guerra nas Estrelas. Um fato engraçado sobre as gravações na Tunísia é que toda a produção, ou melhor quase toda, ficou terrivelmente doente por conta da comida do país, exceto Spielberg que levou a própria comida.

O filme foi um sucesso estrondoso na época, pois não apenas uniu a mente criativa de George Lucas com a maestria de Steven Spielberg, como também trouxe a terceira peça que formaria um trio invencível. A trilha sonora de Tubarão ficou imensamente conhecida, dessa forma Steven convidou John Williams para criar o tema de Indiana Jones. Não tinha como dar errado, o roteiro misturava enigmas inteligentes e históricos misturados a ação frenética e comédia clássica, com uma trilha sonora milimetricamente encaixada. O longa custou singelos 18 milhões de dólares e arrecadou avassaladores 390 milhões de dólares. E é óbvio que o estúdio ia querer uma sequência.

O segundo filme, Indiana Jones e o Templo da Perdição chegou aos cinemas em 1984. Novamente, trazendo a dupla Spielberg-Lucas em uma nova aventura do prof. Jones, porém dessa vez muito mais sombria, sombria até demais para Steven. Fato é, Indiana Jones 2 é o filme que Spielberg menos gosta, por uma série de motivos. Ele achou que a trama era densa e sombria demais para um filme daquele tipo, e depois a produção teve várias dificuldades, como um sério problema na coluna que Harrison Ford teve, que o manteve fora das gravações por um bom tempo. Várias cenas foram feitas usando o dublê ou com Harrison sentado para não forçar a hérnia de disco que tinha arrumado. Além disso, Templo da Perdição também consolidou a narrativa dos filmes, conectando as aventuras de Indiana Jones.

Este longa divide bastante opiniões, para alguns é de fato o filme mais fraco da trilogia clássica, enquanto para outros (como este que vos fala) ele é o melhor justamente por ser o mais diferente deles. O filme se passa no coração da Índia, onde Jones tem que recuperar três jóias sagradas do deus Shiva que foram roubadas por uma seita que adora Kali, a deusa da morte. É o primeiro filme onde o vilão, Mola Ram (Amrish Puri), usa de magia contra os mocinhos, invocando os poderes sombrios de Kali. Por muito tempo as crianças brincavam de arrancar corações com o mantra “Kali ma Shakti de! Kali ma! Kali ma!”.

Para Spielberg este é o filme com a melhor “indie-girl”, a parceira de Indiana, mas ele é suspeito porque logo depois se casou com a atriz, Kate Capshaw. E também foi o primeiro filme do queridíssimo Ke Huy Quan, que mais de 30 anos depois ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. Indiana Jones e o Templo da Perdição custou 28 milhões de dólares e arrecadou cerca de 333 milhões de dólares.

Para a maioria Indiana Jones e a Última Cruzada é o melhor de todos os filmes da franquia, onde nós conhecemos o pai de Indiana Jones, o professor Henry Jones, interpretado pelo magnânimo Sean Connery. Aliás, Connery foi a primeira, e única, escolha para o papel de pai, e o mais engraçado é que ele é apenas 12 anos mais velho que Harrison Ford.

O roteiro traz novamente a ameaça nazista buscando um tesouro lendário, o Cálice Sagrado, também conhecido como Santo Graal, pois aquele que beber do cálice terá a imortalidade. Os vilões sequestram o professor Henry Jones porque ele é o maior especialista no cálice que existe no mundo, obrigando Indiana a salvar o pai e o cálice dos nazistas.

A Última Cruzada é elaborado com maestria sem igual, onde lentamente temos o desenvolvimento Jones e Jones Jr. como pai e filho, como também descobrimentos de onde vem o nome Indiana Jones. A resposta é: um cachorro. Sim, tanto na realidade quanto na ficção, o nome Indiana veio do cão de George Lucas e eles aproveitaram isso para o filme. A atuação de Connery tornou-se icônica por ser um excelente alívio cômico, assim como a figura que rivaliza com Indiana em conhecimento. Indiana Jones e a Última Cruzada chegou aos cinemas em 1989 batendo os seus antecessores na bilheteria com incríveis 474 milhões de dólares.

E por 19 anos pensamos que as aventuras de Indiana Jones acabaram, porém em 2008 a dupla Spielberg e Lucas retorna com Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal. Foi um choque e um frisson para todos os cinéfilos, porque não apenas trouxeram de volta Harrison Ford, com seus 66 anos, mas também Karen Allen como Marion, o grande amor da sua vida. Outros grandes nomes foram incluídos no elenco, como John Hurt e Shia LeBeouf, e também Cate Blanchett como vilã. Aqui o filme se passa após a Segunda Mundial, onde os novos inimigos são os soviéticos usando todos os artifícios para vencer a Guerra Fria, mesmo que seja apostando no paranormal.

Diferente dos outros, neste filme houve uma certa discussão entre Steven e George. O enredo do filme se baseia na teoria dos alienígenas do passado, onde os povos antigos teriam recebido ajuda de extraterrestres para construir os impérios que conhecemos hoje, isso não agradou muito Spielberg. De qualquer forma, isso entrou no filme, o que infelizmente não agradou muito o público também. O maior problema é que o longa acaba sendo destoante do restante da franquia, com a falta de enigmas e com vilões que não são tão fortes quanto os nazistas. O roteiro arrisca  insinuar uma passagem de bastão para LeBeauf ser o novo Indiana, mas essas intenções caíram por terra, felizmente.
Esse foi o filme foi mais caro da franquia, custando cerca de 185 milhões de dólares e arrecadando mais de 790 milhões.

E agora, 15 anos depois, Harrison Ford no auge dos seus 80 anos retorna como Indiana Jones, trazendo Antonio Banderas, Phoebe Walter-Bridge, Mads Mikkelsen e mais algumas surpresas, no elenco. Já viu o filme? Tá esperando o que?  Pega o chapéu e o chicote que a aventura te espera!