Galeria Movimento chega a ArtRio 2023 com dois estandes

A Galeria Movimento chega a 13ª edição da ArtRio, pela primeira vez com dois estandes. Um deles, o espaço SOLO, no Pavilhão Mar, irá receber apenas 16 expositores com curadoria de Ademar Britto, entre eles o artista plástico Hal Wildson, com suas obras das séries “Singularidades” e “Utopia Original”. Já no Pavilhão Terra, a Movimento faz um contraponto entre temas sociais, políticos, leveza e esperança levando os 13 artistas que serão representados pela galeria.

HAL WILDSON – GRANDE ARTISTA DA ATUALIDADE NO ESPAÇO SOLO – Hal Wildson é um artista multimídia e poeta nascido em 1991, no vale do Araguaia, região de fronteira entre Goiás e Mato Grosso. Nascido em uma estrutura familiar moldada pela violência e o abandono, a história e o trabalho do artista se misturam denunciando temas de um Brasil “esquecido”, fruto do coronelismo e do garimpo às margens do Rio Araguaia.

Hal utiliza documentos e livros originais e usa a datilografia sequencialmente com caracteres para desenhar personagens e criar sua obra. Nos livros Hal usa letras nas cores preto e vermelho para desenvolver personagens e cenas do cotidiano.

As obras das séries “Singularidades” e “Utopia Original” também estarão presentes na feira de artes. “Singularidades” que Hal vem desenvolvendo há 4 anos e são milhares de datilogramas. Cada uma dessas digitais se mistura com registros históricos do povo brasileiro. Esse trabalho participa atualmente da Bienal das Amazônias. Com uma versão diferente da que está na Bienal, a ArtRio mostrará ao público uma parte do impacto que estará diante dessa obra. “São retratos de identidade do Brasil que nos ajudam a olhar nossa história.” disse o artista que foi eleito o segundo melhor do ano pela Revista Select, principal revista do segmento.

Na série “Re-florestar Nossa Gente” são usadas diversas técnicas, um trabalho sobre papéis, fragmentos de livros ligados à um conceito tópico de Brasil, todo o projeto de construção de identidade e da formação do povo brasileiro. No SOLO terão também trabalhos em outras plataformas como uma bandeira feita em tecido e pintura sobre papel.

Já No Pavilhão Terra, a Galeria Movimento faz um contraponto entre as críticas sociais e política de artistas como Pedro Carneiro e Marcos Roberto e a leveza, cor e esperança de dias melhores com artistas como Jan Kaláb.

O Artista Marcos Roberto autodeclarado ativista e antirracista, tem em suas obras uma crítica política e social explícita, com a ideia de recontar a história. “Espero que quem olhe a obra reflita sobre a necessidade de a história ser recontada através da educação. É necessário que as aulas de história tenham uma visão menos elitista do nosso País, contribuir para que as pessoas olhem mais pelos povos indígenas, ainda mais agora com esse marco temporal, que não podemos deixar passar de maneira nenhuma.” Disse o artista que vai causar grande impacto com sua obra na ArtRio.

Retratando também conflitos sociais, o Artista Pedro Carneiro, por meio das pinturas, intervenções urbanas, instalações e desenhos, reflete histórias reais e inventadas tendo como ponto de partida o reencontro com sua ancestralidade.

O Artista Jan Kaláb é um dos que dará leveza ao estande, com a morfologia geométrica das suas obras, cores e a alegria lúdica. O estande também contará com as obras de artistas como: Tinho, Kboco, Edu Monteiro, Marcela Gontijo, Mateu Velasco, Paulo Vieira, Xico Chaves, Viviane Teixeira, Toz e Hal Wildson.

A área externa da ArtRio vai receber a escultura inédita, feita de aço inoxidável, tecido, cordas e mosquetões de alpinismo, do artista Toz, que faz parte do projeto “Alegria na Praça”. A proposta é interferir no balanço, modernizando-o e adaptando suas proporções para que seja utilizado por adultos, referindo à linguagem visual do personagem “Vendedor de Alegrias”, como cores e elementos pintados em telas e painéis.

A obra terá 6 metros por 3 metros e será montada na área externa do Pavilhão Mar, é interativa e o público poderá balançar nas cordas revertidas de tecidos coloridos.

Com estande considerado o 3º mais impactante da SP-Arte 2022, a Galeria Movimento, sob direção de Ricardo Kimaid Jr fica em um charmoso casarão na Gávea e se apresenta como um espaço destinado a partilhar o processo criativo tanto de artistas emergentes como daqueles já consagrados. O acervo foi criado a partir do cruzamento de diferentes gerações, prezando pela qualidade das linguagens e pela diversidade de novas perspectivas estéticas e investigações técnicas.