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Festival Pará no Museu do Pontal

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A Amazônia está no centro das discussões ambientais e no foco do noticiário. Mesmo assim, ainda há muito o que descobrir sobre a cultura desta região do país. O Festival Pará no Museu do Pontal vai dedicar um fim de semana inteiro a esmiuçar a cultura deste Estado, que está embrenhado na Amazônia.

Você já experimentou a culinária paraense? Já viu o artesanato da Ilha de Marajó? Conhece a dança do carimbó e os ritmos amazônicos? Se respondeu não a estas perguntas, esta programação é para você. Se respondeu sim, não vai querer perder nenhum momento. O grande destaque desta festa será o show de Dona Onete (dia 23), homenageada do festival. Com 84 anos, ela é a rainha do carimbó chamegado e sua obra musical foi, este mês, oficialmente declarada patrimônio Cultural e Imaterial do Pará. Toda a programação é gratuita.

“Belém é a antena parabólica da Amazônia, o lugar onde a energia da floresta chega e se conecta com o mundo. Os ritmos, os sabores, o artesanato, os Encantados, os indígenas, os quilombolas… É uma região de cultura riquíssima e estamos trazendo para o festival. E, ainda, seguindo a tradição do Museu de homenagear os grandes mestres de nossa cultura popular, contaremos com show de Dona Onete e exposição sobre sua trajetória”, afirma Lucas Van de Beuque, diretor executivo do Museu do Pontal.

Parte da exposição “Ocupação Dona Onete”, que esteve presente em 2022 no Itaú Cultural, em São Paulo, será inaugurada no dia 23 no Museu do Pontal. Uma sala e o foyer do Museu vão receber fotos, cartas e vídeos contando a trajetória de vida desta cantora e compositora que foi pioneira no carimbó, ritmo marcado pela presença masculina até então. Nascida em 1939, em Cachoeira do Arari, ilha de Marajó, sua trajetória de vida não foi marcada, apenas, pela música e a presença nos palcos. Dona Onete foi professora de história por vinte anos e militante sindicalista, lutando por causas como a melhoria do ensino e o cultivo sustentável do açaí. Enfrentou preconceito por ser mulher e, atualmente, é o maior nome do carimbó paraense.

A programação do Festival Pará no Museu do Pontal contará com 23 horas de atividades para todas as idades, incluindo oficinas; contação de histórias; Cinema de Fachada, com a exibição de curtas paraenses; apresentações de carimbó, shows e a mostra “Ocupa Dona Onete”; além de feira de artesanato; a presença dos restaurantes Cantinho do Pará, ASA e Pescados na Brasa, com peixes típicos da região e outras delícias paraenses.

– É uma imersão completa. Precisamos compreender a cultura do norte do Brasil, seu imaginário poético ligado aos seres da floresta, às mitologias afro-indígenas, às relações dos povos amazônicos com a natureza, o território e suas águas – afirma Angela Mascelani, diretora artística do Museu do Pontal.

Confira a programação completa:

Dia 23 – Sábado – Contos de Dona Onete – Autora da coleção Contos de Dona Onete, a neta da artista, Josivana Rodrigues, abre o festival no dia 23. Ela vai contar três histórias inspiradas na infância de Dona Onete e em lendas e costumes amazônicos. Livre.

DJ Xeleléu – Cinema de Fachada para crianças – Sessão de curtas paraenses: A Turma do Jambu – episódio Boitatá; Contos Mirabolantes – O olho do Mapinguari; As Icambiabas – episódio Lagartas Boreais; Os Dinâmicos – episódio Monstrinhos de Estimação; Os Dinâmicos – episódio Lambada do Fantasma.

Grupo Folclórico Cultural Flores da Alegria – Apresentação de dança de carimbó do projeto social do Município de Nilópolis formado por mulheres.

Oficina de carimbó e conversa com Mestre Damasceno – Quem comanda a oficina é Mestre Damasceno, que atua na cultura popular desde os 19 anos e, aos 68 anos, continua ativo no carimbó, com seu grupo Nativos Marajoara.

Show Mundiá e o Reino da Encantaria – Idealizada por paraenses radicados em Paraty, a banda Mundiá divulga a música amazônica através de composições autorais e de mestres como Verequete, Lucindo, Pinduca e Dona Onete. O show Mundiá e o Reino da Encantaria tem um repertório dançante, tropical e caliente, regado a cumbia, bolero, lambada e outros ritmos populares no Norte.

GUST – Set Performance Mata e Come – Nascido no sertão amazônico, o multiartista GUST toca flash brega, guitarrada, cumbia, lambada, calypso e ritmos caribenhos enquanto projeta imagens que exploram cosmovisões periféricas da Amazônia.

Show Félix Robatto – Guitarrista e percussionista de Belém do Pará, Félix Robatto é fundador da banda La Pupuña, que apresentou a guitarrada progressiva para o mundo, participando de diversos festivais no Brasil, EUA e Europa.

Show e homenagem a Dona Onete – Grande homenageada do Festival Pará no Museu do Pontal, famosa pela mistura de ritmos e criação de um estilo próprio de fazer música, conhecido como carimbó chamegado, ela sobe ao palco principal para fechar o primeiro dia de programação.

Dia 24 – Domingo

Carimbaby – Inspirado nos cordões de bichos e pássaros do Pará, o projeto infantil criado pela artista paraense Bárbara Vento, residente no Rio de Janeiro desde 2001, apresenta uma mistura de ritmos e danças tradicionais.

Oficina de cerâmica com o Ateliê Arte Mangue Marajó – Localizado em Soure, na Ilha do Marajó, o Ateliê Arte Mangue Marajó funciona como espaço de pesquisa e produção da cerâmica típica da ilha. À frente do ateliê estão o artista Ronaldo Guedes e a gestora Cilene Andrade, que vêm ao Rio especialmente para compartilhar saberes sobre a iconografia da cerâmica marajoara. Na parte prática da oficina, o público poderá experimentar a técnica em papel e placas de cerâmica.

Oficina de percussão e ritmo do carimbó do Marajó – Nesta oficina, a artesã e percussionista marajoara Milene Pinheiro vai apresentar os instrumentos e ensinar aos participantes os toques típicos do carimbó do Marajó.

Cinema de Fachada para crianças – Sessão de curtas paraenses: Os Dinâmicos – episódio Boitatá no é Bumbá; Contos Mirabolantes – o olho do Mapinguari; As Icambiabas – episódio Açaí do grosso; A Turma do Jambu – episódios Curupira e Saci.

O Conto da Sereia do Marajó com o grupo Carimbó da Pedra – O grupo Carimbó da Pedra, do Rio de Janeiro, conta histórias que celebram as culturas indígena e afro-amazônica do Norte do Brasil, abordando temas que envolvem a relação do homem com a natureza.

Show Afroribeirinhos – Criada no Rio de Janeiro em 2018, a partir do encontro dos músicos manauaras Dibob da Silva e Frank Russo, a banda apresenta um estilo musical próprio, chamado carinhosamente de ‘Mexidão’.

Oficina de flores de papel – Nesta oficina, a artesão paraense Waldenira dos Santos, vai ensinar os participantes a confeccionar flores de papel crepom.

Show Aturiá – Núcleo musical do Aturiá Carimbó, projeto idealizado pela dançarina e musicista Andrea de Vasconcelos. O show do Aturiá mistura música e dança ao ritmo do carimbó pau e corda, trazendo composições de grandes mestres do carimbó de raiz, como Verequete, Lucindo, Bigica e Dikinho, mergulhando num repertório rico em encantarias e poéticas do universo caboclo amazônico.

DJ Tha Redig – DJ e produtora cultural paraense.

Show Mestre Damasceno – Com sua voz e um timbre marcantes, Mestre Damasceno é a personificação da verdadeira identidade do caboclo quilombola marajoara. Suas composições guardam o clima sonoro dos encantos do Marajó, falando dos costumes do povo, suas comidas e a relação com a natureza.

O Museu do Pontal fica na Avenida Celia Ribeiro da Silva Mendes, 3.300, Barra da Tijuca. Aberto de quinta a domingo, das 10h às 18h (o acesso às exposições se encerra às 17h30).

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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