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“Ninguém Sabe Meu Nome” na Cidades das Artes

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Aclamado por público e crítica, o monólogo “Ninguém Sabe Meu Nome”, com Ana Carbatti, reflete sobre os desafios da relação de uma mãe preta com seu filho diante do racismo na sociedade. O dilema de uma mãe preta em falar sobre o racismo na sociedade com o filho é o ponto de partida da peça.

"Ninguém Sabe Meu Nome"
Foto: Renato Mangolin

A idealização e a interpretação são de Ana Carbatti (indicada ao prêmio APTR), que também assina o texto com Mônica Santana, e a direção, de Inez Viana e Isabel Cavalcanti. A temporada tem apoio e patrocínio do Sesc pelo Edital Pulsar e percorre diversas cidades do estado do Rio de Janeiro.

O monólogo reflete sobre os códigos racistas tácitos da sociedade, seus impasses, impactos e possíveis propostas de reparo. Em meio a isso, o desafio de uma mãe preta de meia idade, Iara, para educar e orientar seu filho pequeno, Menino, diante de uma sociedade que não o reconhece como igual, mesmo em um país, o Brasil, que tem a maior população preta do mundo fora do continente africano. Em cena, Ana Carbatti, de inúmeros papéis no teatro, na televisão e no cinema, se multiplica em muitas vozes e corpos, cujas expressões são as premissas do projeto.

“Da reflexão ao entretenimento, provocando engajamento e empatia, distinguimos o problema do preto e o problema do branco. Iara só quer ter a certeza de que seu filho vai chegar à idade adulta e se tornar um cidadão comum e respeitado. A sua angústia sintetiza a de milhões de mães no Brasil e no mundo”, conta a premiada atriz, indicada ao Prêmio Shell e ao APTR pelo papel.

Tudo começa quando ela acorda de um pesadelo onde ocorre o desaparecimento de Menino. A partir daí, começa por questionar sua própria existência e sua função na sociedade, como mulher e mãe: educar seu filho para que se desenvolva como um indivíduo que cresça, floresça e contribua para a sociedade ou despi-lo, ainda em tenra idade, de sua inocência de modo a prepará-lo para o enfrentamento de uma sociedade que não o reconhece como igual. Em uma conversa íntima com o público, ela discorre sobre suas principais angústias, medos e esperanças, falando através de todos os seus sentidos, se expondo e expondo seu corpo tão marcado quanto belo, tão liberto quanto invisível.

Sem deixar de lado o humor e a empatia, o espetáculo traz uma reflexão sobre como a sociedade ainda precisa compreender sua responsabilidade e agir para reparar sua dívida histórica com a população preta.

“Promover a presença e o protagonismo pretos é necessário para a construção do que pode(re)mos chamar de identidade brasileira. E só o antirracismo conseguirá nos devolver à humanidade perdida em mais de 300 anos de escravização. Não haverá liberdade enquanto não houver igualdade. Essa peça é uma das mais importantes que já fiz, em quase 40 anos de teatro. É a palavra semente que precisa ser espalhada pelo mundo”, destaca Inez Viana.

Serviço:
“Ninguém Sabe Meu Nome”
Data e horário: dias 18, 19 e 20 de novembro, sábado e domingo, às 20h, e segunda, às 19h
Local: Cidade das Artes – Av. das Américas, 5300, Barra da Tijuca
Classificação etária: 12 anos
Mais informações: http://cidadedasartes.rio.rj.gov.br/programacao/interna/1591

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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