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“Benjamim, te sigo Daqui” homenageia o primeiro palhaço negro do Brasil

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O legado de um dos maiores artistas circenses brasileiros, Benjamim de Oliveira, primeiro palhaço negro conhecido do Brasil, entra em cena com o espetáculo “Benjamim, te sigo Daqui”, que reflete com sensibilidade e versatilidade seu talento. A peça conta um pouco da vida e do legado deixado pelo palhaço que é nascido em Pará de Minas e, aos 12 anos de idade, fez do circo sua caminhada. Aliás, “Benjamim, te sigo Daqui” ganhou o Prêmio FUNARJ Montagem Teatral.

No palco, de forma lúdica e bem humorada, são apresentadas múltiplas linguagens artísticas e um diálogo entre a trajetória da Inepta Cia. com os caminhos e vivências do menino Beijo, conhecido também por popularizar o circo-teatro no Brasil.

“Mais do que valorizar esse grande nome da teatralidade circense brasileira afro-diaspórica, este projeto tem como objetivo provocar o público a reconhecer o legado deste grande empresário, compositor, dramaturgo, encenador, ator, músico, produtor cultural e palhaço do século XX”, ressaltou Junior Melo, ator do projeto.

Segundo Junior, assim como Benjamim, outros grandes artistas negros brasileiros precisam ser pesquisados. “É através dessa disputa de narrativas que nós podemos sonhar com uma memória crítica, que possa auxiliar na construção de políticas públicas e avanços para a população que constitui a maior parte deste país”, salienta.

Além da palhaçaria, Benjamim de Oliveira criava e reunia musicalidade e textos em cena, prendendo ainda mais a atenção de quem o assistia. Não sendo diferente no que depender do elenco potente do espetáculo, que também é uma saudação da Inepta Cia. ao artista. “Essa peça é nossa piada mais alegre e a poesia mais íntima dedicada ao menino de Pará de Minas. Aquele que nos ensinou que o melhor destino é a busca”, pontuou o ator Cássio Duque.

Além disso, de acordo com a supervisora de encenação Tatiana Henrique, rememorar a vida de Benjamim é construir sua presença perene como exemplo do artista que é possível ser. “Personagens pretas e o tempo?! Como nos relacionamos com essas dimensões? Benjamim nos convoca a repensar sobre “efemérides” e “efemeridade”: o quanto nossas referências pretas são evocadas apenas nos anos 0 ou 5. Ou bem acordamos para as espirais que nos habitam ou continuamos a pensar o tempo linear ocidental e “pedimos licença” para encaixar nossos mestres”, disse.

Para o ator Akauã Santos, além de homenageá-lo, a peça é uma forma de agradecê-lo. “Benjamim era um artista gigantesco multidisciplinar que inspirou, inspira e inspirará inúmeros artistas. Queremos reconhecer e trazer à luz onde o Benjamim vive, hoje”, pontua. Já para a atriz Isabour Estevão, o espetáculo resgata de forma poética o múltiplo artista que foi Benjamim de Oliveira, entrelaçando a própria existência artística. “Saudamos a vida dele e sua existência criativa que tanto contribuiu para a arte brasileira”.

SERVIÇO
Data: 1 e 2/12, às 19h; 7, 8 e 9, com sessão duplas, às 16h e 19h
Local: Teatro Gonzaguinha (R. Benedito Hipólito, 125 – Centro)
Classificação: Livre

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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