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Napoleão tenta desconstruir a lenda, o colocando como homem comum

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Quando Júlio César foi sepultado no Senado de Roma, seu amigo Marco Antônio afirmou em seu discurso:” Este era César, quando outro como ele haverá?”. Logo depois, a República de Roma tornou-se o Império e chegou ao seu auge, assim também foi a França com Napoleão. A palavra “imperador” vem do latim “imperator” que quer dizer “primeiro comandante” ou “protetor”, e Bonaparte morreu conhecido como protetor da França.
NapoleãoMais lenda do que homem, Napoleão Bonaparte é, certamente, uma das figuras mais importantes da história ocidental porque ele mudou o mundo. As Guerras Napoleônicas levaram o mundo para uma nova ordem mundial, e influenciaram diretamente a História do Brasil. O diretor Ridley Scott, conhecido por longas históricos, como Gladiador e Cruzada, se arrisca em contar a história do imperador francês.
Estrelado por Joaquin Phoenix, a trama começa com a primeira grande vitória do capitão Bonaparte, e que o concedeu posto de general com apenas 24 anos. E segue para grandes momentos históricos de sua vida, o casamento com Josefina (Vanessa Kirby), a batalha de Austerlitz, a invasão da Rússia e culminando na grande derrota de Waterloo que encerrou a vida de Napoleão na França.
Em termos de fidelidade histórica, Scott nunca foi um grande exemplo, mas isso é o de menos. Afinal de contas, o cinema nunca se propôs a ser fiel à história, e, sim, trazer novas visões da mesma. O roteiro escrito por David Scarpa faz uma tentativa de desconstruir a lenda Napoleão e o colocar como homem comum, com inseguranças, falhas e complexidades de todo ser humano. Além disso, o roteiro também investe muito tempo na relação entre o imperador e sua amada Josefina, mostrando como foi uma relação turbulenta. Mas, existem muitos altos e baixos no roteiro, sem dúvida as batalhas e as dinâmicas do casamento são as melhores partes do filme, mas a desconstrução de Napoleão soa como forçada.
O elenco é impecável, ainda que os personagens mais fixos sejam os de Kirby e Phoenix. Joaquin é um ator premiado e sua capacidade como ator é inegável, todavia seu Napoleão se tornava mais crível em momentos sérios e introspectivos do que em momentos de descontrole.
O ponto mais fraco dessa corrente é sem dúvida a direção de Scott. Há uma falta de ritmo e direção que realmente traga peso nas falas e até nas batalhas. As tomadas são bem feitas, assim como todo movimento de câmera, porém existe uma falta de mão na montagem e no que se trata de cor. No século XIX os exércitos tinham uniformes de cores vibrantes, e por vários momentos o filme parecia ser em preto e branco. Não há cor, não há vida. Aliás, a trilha sonora de Martin Phipps é inexistente! Basta lembrar da trilha sonora de Gladiador para saber como ela faz diferença nas grandes cenas. A produção e concepção de arte são magistrais, em figurino, principalmente. A cena da coroação de Napoleão como imperador, ainda que rápida e insossa, é linda em termos de figurino.
O filme Napoleão não parece decidir se fica do lado da lenda ou do homem, por conta da falta de força da direção. Napoleão é um filme que tinha tudo para ser um épico, se torna facilmente esquecível pela falta de força e impacto.
https://www.youtube.com/watch?v=Mlmu8AaRyMY&t=2s

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