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Sobreviventes: Depois do Terremoto explora a reorganização da sociedade em cenário pós apocalíptico

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Existem excelentes filmes pós apocalípticos e péssimos também, alguns escolhem eventos totalmente surreais, como epidemias de um vírus zumbi, ou eventos exagerados e batidos, como um holocausto nuclear. Em Sobreviventes – Depois do Terremoto um terremoto terrível destruiu a capital da Coreia do Sul, e ao que parece apenas um condomínio sobrou depois da total destruição. Os moradores desse lugar precisam se organizar para sobreviver, lidando com a falta de suprimentos e refugiados indesejados andando em sua “propriedade”.

Sobreviventes: Depois do Terremoto

Uma marca do cinema coreano é a calma para apresentar sua trama. O filme começa de maneira muito leve, apesar de tudo estar completamente destruído do lado de fora, a direção de Tae-hwa Eom, que também assina o roteiro com Lee Shin-ji, retrata situações até engraçadas vividas pelos moradores e pelo casal de protagonistas. Contudo, paulatinamente, o tom do filme vai se tornando mais tenso e mais pesado, até ficar claro o ponto que a trama aborda. Sobreviventes fala de como a sociedade se reorganiza após uma catástrofe. Um grupo fechado e organizado começa ter poder, e ter a sua própria dinâmica de poder. Culminando na desumanização de todo o resto que não pertencem àquele círculo. A história da humanidade começou assim quando os humanos ainda eram caçadores coletores, e depois começaram a criar os conceitos de cidades, círculos sociais e inimizades para com forasteiros.

Sobreviventes – Depois do Terremoto é um exemplo excelente do bom cinema coreano, que consegue deixar o público confortável usando uma comédia quase que pastelão, logo em seguida golpear o público com uma cena forte. O mesmo se dá com os personagens, por exemplo, o protagonista Min-sung (Park Seo-joon) parece agir de forma estoica aos eventos ao seu redor, se agarrando à nova sociedade que se formou no condomínio. Quando essa realidade é confrontada e entra em ruptura, o personagem entra em colapso. Não vale citar vários exemplos, pois estragaria a experiência e o impacto que é acompanhar esse personagens.

Fica claro que o filme não possui uma imensa produção, por isso ele nem usa muito efeitos visuais, escolhendo investir nos cenários e na caracterização dos personagens. Excelente decisão da direção, porque o filme se torna ainda mais concentrado naquele condomínio, esquecendo por completo o mundo ao redor que sobreviveu também, e o mundo foi destruído. Esse efeito de imersão se deve também à atuação brilhante de todo o elenco, nem o menor dos figurantes deixa a desejar no que diz respeito à atuação.

A mensagem final do longa reside no questionamento sobre o que é preciso para que as pessoas quebrem o contrato social em que todos fazemos partes para retornar aos hábitos de quando ainda éramos praticamente animais. Ainda agimos assim, porém com discursos eloquentes pára disfarçar assassinato. A carta de Direitos Humanos define que todo ser humano tem direito a vida, e para exercer tal direito basta apenas estar vivo.

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