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Sara e Nina no Dolores Club e na Arena Chacrinha

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Imagine canções de cortar os pulsos como “Meu mundo caiu”, “Risque”, e “Fracassamos”, que inauguraram a sofrência na música brasileira nos anos 40, rearranjadas e versadas para o pop, a disco music e o rock. Pois foi isso que as drag-queens cantoras Sara e Nina fizeram ao gravarem o LP “Minha Mulheres Tristes – Uma Ode Furiosa ao Samba-canção”, lançado também nas plataformas digitais e com um show-espetáculo que estreou em dezembro último. O trabalho agora será novamente apresentado ao vivo, em dois espaços: no Dolores Club, na sexta-feira, dia 07 de junho, e na Arena Chacrinha, em Pedra de Guaratiba, no dia 08 do mesmo mês.

Com “Minhas Mulheres Tristes”, Sara e Nina relêm e ressignificam clássicos que foram grandes sucessos nacionais na voz das grandes divas da música entre as décadas de 40 e 70, como Dalva de Oliveira, Maysa, Dolores Duran, Linda e Dircinha Batista, e por aí vai. No disco, Gabriel Sanches e Alessandro Brandão, os atores-cantores por trás de das duas drag-queens, reverenciam esse primoroso repertório totalmente rearranjado pelo diretor e produtor musical Pedro Barbosa, e gravado em LP, formato usado por aquelas grandes vozes.

É surpreendente! Músicas como “Fracassamos”, eterna em Dalva de Oliveira, chega a 2024 com ecos do soul de “Back to Black” de Amy Winehouse misturado ao “Lago dos Cisnes”, e “Vingança”, dramática obra-prima de Lupicínio Rodrigues, é apresentada num clima à la The Strokes. “Segredo”, traz uma mistura do arranjo original com pitadas de “I Never Can Say Good Bye” e “Can’t Take My Eyes Off You”, hits de Gloria Gaynor. “Risque”, por sua vez, ganhou guitarras roqueiras e pitadas de “Stop In The Name Of Love”, célebre sucesso de Diana Ross nos tempos das Supremes. Já “A Grande Verdade”, foi repaginada pelo produtor com influências de Baby Consuelo e Os Novos Baianos na cabeça.

O show, com abertura especial de Maria Navalha

No show, “Minhas Mulheres Tristes”, Sara e Nina apresentam o sofisticado repertório do álbum ao incorporar suas vivências pessoais e artísticas na roupagem musical e dramática do repertório. Acompanhadas por um trio (baixo, teclado e bateria), o cenário e os figurinos trazem uma estética avermelhada pela paixão das letras das canções, com a reinvenção do glamour característico da época.

As apresentações da dupla também contam com a abertura especial de Maria Navalha, entidade da Umbanda que carrega a energia dos povos de rua, de Exu, abrindo caminhos, honrando o passado e criando a possibilidade de presente próspero. Maria Navalha é luta, é força, é abertura de caminho e, principalmente, muito amor. Maria Navalha será interpretada pelo dançarino afro Cleiton Sobreira, também parceiro nessa jornada.

“Minhas Mulheres Tristes – uma ode furiosa ao samba-canção” é um projeto contemplado pelo edital Viva o Talento, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Cultura. Uma realização CAJÁ Arquitetura Cultural e Hazuq.

O conceito do trabalho e a ressignificação das canções

As 12 canções do LP são sucessos compostos ou cantados por mulheres que , à época, tiveram a coragem de dar voz às traições sofridas, lutas empreendidas, vontades e desejos. Num tempo em que o machismo encontrava menos resistência, essas composições representavam o revolucionário rompimento da mulher com o papel doméstico.

“A força do feminino está em cada palavra dessas letras, a potência que elas tinham e continuam a ter. E a sociedade patriarcal cisheteronormativa tem medo dessa força tão densa e imensa. Por isso é importante exaltar essas mulheres que tiveram coragem pra falar tudo o que elas falavam. Trazer essa nova roupagem para essas letras e músicas tão conhecidas cria novas fricções na sociedade, ainda mais que a potência de duas drags queens cantando traz o contexto de vivências LGBTQIA+ para as músicas”, comenta Alessandro Brandão, a Nina.

Ex-casal, que também passou pelas sofrências que essas músicas já traziam há quase 100 anos atrás (quando o samba-canção, notadamente a música de “fossa”, foi o gênero que inaugurou e consolidou essa vertente musical, tão linda quanto sofrida, no Brasil), Sara e Nina ressignificam esse repertório de tristes belezas musicais aproximando-as da realidade da comunidade LGBTQIAP+, na qual as pessoas “muitas vezes, também sofrem com as dores da rejeição e do desamparo por parte de suas próprias famílias, as chamadas tradicionais. E então se reinventam criando outros laços, fundados no amor”, finaliza Gabriel, a Sara. Tudo isso, é claro, com uma estética tragicômico-fabulosa que só mesmo duas drags poderiam entregar.

Serviço:
Sexta-feira, 07/06, às 21h00
Dolores Club Rua do Lavradio, 10, Lapa,
Ingressos: https://bileto.sympla.com.br/
Sábado, 08/06, às 20h00
Arena Carioca Abelardo Barbosa (Chacrinha)
Rua Sd. Elizeu Hipólito, s/n, Pedra de Guaratiba, RJ
Classificação: LIVRE

Serviço:
Drag-queens Sara e Nina com o show “Minhas Mulheres Tristes – Uma ode furiosa ao Samba Canção”
Sexta-feira, 21/06, ás 19h00
Centro de Referência da Música Carioca
Rua Conde de Bonfim, 824, Tijuca

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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