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Interpol revive seus primeiros álbuns e faz a alegria dos indies cariocas

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A comunidade indie do Rio de Janeiro teve na noite de quarta-feira (5) um importantíssimo compromisso: comparecer ao Vivo Rio para o show do Interpol. Esse, certamente, não é um show qualquer. É a celebração de seus dois primeiros trabalhos de estúdio, “Antics” e “Turn On the Bright Lights”, indiscutivelmente a melhor fase da banda.

Desde que foram alçados ao sucesso no início dos anos 2000, o Interpol ocupou um lugar especial no indie rock. Junto com bandas como Yeah Yeah Yeahs, eles surfaram na onda do renascimento do rock na cidade de Nova York alavancado pelos Strokes, formando a linha de frente daquela leva roqueira da virada do século, talvez o último suspiro de novidade do gênero. A banda também ajudou a iniciar o revival do pós-punk, que se estende até os dias de hoje.

A sonoridade moldada por tintas de Chameleons e The Smiths além de, é claro, ecos bastante fortes de Joy Division (e consequentemente New Order), concatenou corações e mentes do novo milênio arrebatada pelo lançamento de “Turn On…” em 2002.

Como se sabe, shows comemorativos são um jogo ganho. A banda até poderia ter feito um show regular, com músicas do (bom) disco de 2022, “The Other Side of Make-Believe”, o que seria uma versão mais completa do show na Jeunesse Arena (hoje Farmasi), em que abriram para o Artic Monkeys. No entanto, o apelo nostálgico já é demasiadamente forte na banda que já completa 27 anos desde sua formação e a felicidade estampada no rosto de cada fã engajado presente na casa de shows – que não lotou, mesmo sem operar com a capacidade total – é a prova de que essa demanda precisava ser atendida.

Pontualmente no horário marcado, às 21h, Paul Banks (vocal, guitarra), Daniel Kessler (guitarra, vocais) e Sam Fogarino (bateria), junto com os músicos de apoio Brandon Curtis (teclado) e Brad Truax (baixo), subiram ao palco, abusando da excentricidade e do que à primeira vista parece um certo distanciamento. Eles sabem que no Brasil isso de fato não cola. Ainda que Banks tenha levado 34 minutos para se dirigir monossilábico (e quase incompreensível) à plateia, aos poucos o calor dos fãs cariocas foi desmantelando a famigerada postura indie em meio àquela iluminação em que mal se consegue ver o rosto dos integrantes (aprenderam com o Echo & the Bunnymen).

A banda divide o show em dois atos, um para cada álbum. A ordem tem variado entre uma apresentação e outra, mas no Rio seguiu-se a cronologia, com “Turn On…” sendo executado primeiro. A execução das faixas não se dá exatamente na sequência dos álbuns. O show abre com “Specialist”, do EP de 2002, o que causou um início um pouco morno, uma vez que não é tão conhecida e possui um ritmo mais para o contemplativo. Mas logo na segunda da noite, “Say Hello to the Angels”, a plateia realmente acendeu e dali para frente a euforia foi escalando. Músicas como “Obstacle 1”, “NYC” e “PDA” foram cantadas pela plateia em catarse sectária.

No segundo ato, com o trabalho de 2004, Truax ganhou um “Parabéns pra Você” pelo seu aniversário, comemorado justamente ontem. Já entregues à devoção dos fãs (seria melhor se referir como fiéis?) Banks agradeceu em português e mais próximo do final disse como é bom “estar nesse lugar bonito com essa gente bonita”. Nessa segunda parte brilharam “Evil”, “Narc”, “Slow Hands” e “C’mere”. A execução do segundo álbum teve uma recepção ainda mais entusiasmada do que a do antecessor. A viajante “Time to Be So Small” fechou o show, mas a banda voltou para um bis, com “Untitled”, encerrando a apresentação com a faixa que abre o primeiro disco.

A veia mais virtuosa do Interpol é assegurada pela habilidade técnica dos músicos. A equalização do som da casa evidenciou os instrumentos, no entanto, deixou o microfone um tanto prejudicado, com os vocais em vários momentos submersos na parede sonora. No mais, foi uma festa que reafirmou a força desses álbuns quase gêmeos e nos lembrou da importância, por vezes esquecida, da cena rock dos anos 2000.

Confira o Setlist:

  1. Specialist
  2. Say Hello to the Angels
  3. Obstacle 1
  4. NYC
  5. Roland
  6. Hands Away
  7. Stella Was a Diver and She Was Always Down
  8. PDA
    Antics
  9. Next Exit
  10. Evil
  11. Narc
  12. Take You on a Cruise
  13. Slow Hands
    15.Not Even Jail
  14. Public Pervert
  15. C’mere
  16. Length of Love
  17. A Time to Be So Small
    Bis:
  18. Untitled

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