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J. Borges ganha exposição no Museu do Pontal

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A obra de J. Borges vai ocupar o Museu do Pontal, por dentro e por fora. Com inauguração no dia 29 de junho e curadoria de Angela Mascelani e Lucas Van de Beuque, a exposição “J. Borges – O sol do sertão” será a mais completa da longa trajetória do mestre da xilogravura brasileira. Mais de 200 obras que abrangem os 60 anos de carreira do artista pernambucano, entre xilogravuras, matrizes, cordéis de sua autoria e vídeos produzidos especialmente para a mostra, estarão em exibição em diversos espaços.

“Essa exposição será um grande passeio pela minha obra, das primeiras, há 60 anos, até as últimas, como a que foi dada ao Papa esse ano”, afirma J. Borges. Já o curador Lucas Van de Beuque. comenta, “J. Borges é, certamente, reverenciado. Ele é considerado um dos mais importantes artistas do nosso país. Estamos inaugurando uma exposição digna deste mestre. Fizemos uma grande pesquisa curatorial, envolvendo coleções diversas, para montar uma mostra que apresenta uma abordagem panorâmica inédita sobre sua trajetória”, explica

J. Borges e suas fantásticas criações ocuparão duas galerias do mezanino, parte do foyer e da galeria principal, em diálogo com o acervo de arte brasileira do Museu do Pontal. No jardim interno, um mural de 24 m² receberá uma de suas criações mais populares. A Asa Branca, xilogravura inspirada pela música de Luís Gonzaga, será eternizada no Museu em uma reprodução feita pelo artista Pablo Borges, filho do mestre. A exposição seguirá até o dia 30 de março de 2025 e terá entrada gratuita.

“Eu faço tudo ligado ao Nordeste e ao sertão. O Nordeste é a região mais rica em cultura popular. Está encravada de poesia. Até a situação da terra, com a seca ou a chuva, atrai o sentimento”, afirma J. Borges.

J. Borges nasceu em 20 de dezembro de 1935, na cidade de Bezerros, em Pernambuco, onde vive hoje. No mesmo local, funciona o seu Memorial, um misto de ateliê e galeria, visitado diariamente por centenas de estudantes de diferentes regiões do Nordeste.

O artista, aos oito anos de idade já estava na lavoura, só frequentou a escola por dez meses, aos 12 anos. Na juventude chegou a trabalhar na construção civil, em usinas de açúcar, olarias e na produção de móveis de madeira, começou na arte vendendo e produzindo literatura de cordel (o primeiro folheto que publicou foi em 1964). Suas primeiras xilogravuras surgiram para ilustrar os cordéis que produzia e ganharam admiradores de peso, como o escritor Ariano Suassuna. De lá para cá, a obra de J.Borges conquistou o mundo, integra coleções no Brasil e no exterior, já tendo realizado exposições na França, Estados Unidos, Alemanha, Suíça, Itália, Venezuela e Cuba. Tem vários prêmios, como a comenda da Ordem do Mérito Cultural, o prêmio UNESCO na categoria Ação Educativa/Cultural e o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco. Ainda ilustrou a capa de livros de escritores como Eduardo Galeano e José Saramago, inspirou documentários e desfile de escola de samba (em 2018, foi tema da Acadêmicos da Rocinha).

Obras marcantes da carreira do artista estarão presentes, como O Monstro do Sertão, O discurso da Onça, A Mulher Valente, Emboscada de Lampião e a xilogravura Jesus, Maria e José. A Sagrada Família, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva presenteou o Papa Francisco, em visita ao Vaticano no ano passado.

A inauguração acontece no fim de semana do tradicional festival junino do Museu do Pontal (dias 29 e 30 de junho). O mestre será o grande homenageado dos festejos, que contam com shows de Juliana Linhares, Trio Forrozão, Tocaia e mais dez atrações. Além de, é claro, quadrilha, brincadeiras, oficinas, danças, fogueira, uma edição temática do Cinema de Fachada e os deliciosos quitutes juninos. A entrada é franca e conta com vans, saindo do metrô Jardim Oceânico e do terminal de ônibus Alvorada, para trazer o público, gratuitamente, até o Museu do Pontal. A tradicional barraca de venda de artesanato, desta vez, se transformará em uma loja J.Borges, com obras do artista e de membros de sua família.

O Museu do Pontal fica na Avenida Celia Ribeiro da Silva Mendes, 3.300, Barra da Tijuca. Aberto de quinta a domingo, das 10h às 18h (o acesso às exposições se encerra às 17h30).

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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