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Cabaré Incoerente comemora 10 anos com nova temporada de “A Guerra dos Bichos”

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O Cabaré Incoerente, grupo de pesquisa da Universidade Federal Estadual do Rio de Janeiro (UNIRIO) completa dez anos. Sob a batuta de Christina Streva, o projeto ganhou a adesão de professores, alunos pesquisadores e uma legião de fãs na última década, chegando a romper as fronteiras da universidade. Como espetáculo comemorativo, o elenco de 2024 apresenta “A Guerra dos Bichos”, que tem como inspiração a história da contravenção.

Das fezinhas aos caça-níqueis, os bichos vão tomando conta da cidade e lutando para se manter no topo. Com música ao vivo e texto contemporâneo, “A Guerras dos Bichos” é um espetáculo teatral inédito, que conta de forma bem humorada os caminhos macabros das disputas de poder entre duas famílias tradicionais de bicheiros, revelando diversas matanças e reviravoltas que marcaram o noticiário carioca. A peça mistura teatro, música, dança e performance. São vinte e dois atores em cena, acompanhados de uma banda de seis músicos.

Segundo Christina Streva, diretora e coordenadora do projeto, o teatro-cabaré é uma linguagem que tem compromisso com a atualidade, que reflete o próprio tempo sem abrir mão de abordar temas espinhosos e questões complexas da comunidade no qual está inserido. “O espetáculo surgiu como resultado de um processo de experimentação artística desse grupo de jovens, uma geração marcada pela escalada da violência urbana, pela ousadia cada vez maior das milícias, pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, pela impunidade que se tornou um câncer na “Cidade Maravilhosa”, comenta.

Assinada por Leonardo Medeiros, a dramaturgia parte de documentários recentes como o “Vale o Escrito”, sucesso de audiência da Globoplay. e vai além, contando um pouco sobre o que acontece depois de tudo aquilo. Séries documentais como Doutor Castor, Lei da Selva e o livro “A república das milícias: dos esquadrões da morte à era Bolsonaro” de Bruno Paes Manso também foram importantes fontes de pesquisa para a montagem do espetáculo. Tudo isso envolvido pela linguagem do cabaré, que para Streva, é onde tudo é possível: 

“O Cabaré pode praticamente tudo. É uma linguagem híbrida, eclética, elástica que toca nas feridas abertas da sociedade e denuncia a hipocrisia. É um gênero transgressor que não se prende as normas da dramaturgia clássica e mistura linguagens como a dança, a performance, a música, a poesia. Na sua origem, na Belle Époque francesa, o cabaré foi uma tentativa de jovens artistas e estudantes de encontrarem uma forma nova de expressar as contradições e as ambiguidades do seu tempo. Trata-se de uma poética dos opostos, onde nada é uma coisa só. Festa, celebração e glamour misturam-se com angustia, violência, medo e morte”, revela a diretora.

SERVIÇO: Local: Sala Glauce Rocha, UNIRIO – Av. Pasteur, 296 – Botafogo / Data: 14, 15, 16 e 17 de agosto Ingressos:  Gratuito. Distribuição de senhas 1h antes do início do espetáculo/
Classificação etária: 18 anos

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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