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Crônicas e ensaios revelam a presença dos modernistas Brasileiros na Paris de 1923

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Em 1923, Paris tornou-se um ponto de encontro crucial para os artistas modernistas brasileiros, muitos dos quais haviam participado da emblemática Semana de Arte Moderna de 1922. Nomes como Vicente do Rego Monteiro, Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Victor Brecheret e Heitor Villa-Lobos marcaram presença em importantes eventos culturais na Cidade-Luz.

Organizado pela pesquisadora Gênese Andrade e publicado pela Editora Unesp, 1923: Os modernistas brasileiros em Paris traz à tona uma coletânea inédita de crônicas de Oswald de Andrade, Sérgio Milliet e Emiliano Di Cavalcanti, além de dez ensaios de especialistas que aprofundam a análise da interação entre os brasileiros e os vanguardistas europeus.

Gênese Andrade comenta que “ao iniciar-se 1923, Paris foi palco para um grupo significativo de artistas modernistas brasileiros. Muitos chegaram antes, outros estavam a caminho ou desembarcaram ao longo do ano. Vários desses artistas participaram da Semana de 1922 e se preparavam para eventos culturais relevantes na capital francesa.”
 

O livro inclui 16 crônicas desses autores, com destaque para sete crônicas inéditas de Oswald de Andrade e cinco de Emiliano Di Cavalcanti. Também são apresentados, pela primeira vez em livro, a conferência de Oswald intitulada “L’Effort intellectuel du Brésil contemporain” e o artigo de Milliet, “La Poésie moderne au Brésil”, ambos publicados na Revue de l’Amérique Latine, juntamente com a tradução para o português feita especialmente para esta edição.
 

Especialistas de diversas áreas contribuem com reflexões sobre a presença dos brasileiros em Paris, oferecendo um panorama detalhado desse período. Os ensaios discutem as crônicas, a produção artística e a relação dos modernistas com figuras-chave da vanguarda europeia, como Blaise Cendrars, além do papel do embaixador Souza Dantas nas atividades culturais e sociais. Este enfoque multidisciplinar e transversal proporciona uma análise profunda sobre a atuação dos modernistas no vibrante cenário parisiense de 1923.
 

“Entre os Salões, a Maison, a Sorbonne, livrarias, ateliês, o circo, o cabaré, os restaurantes e cafés, antes ou depois dos icônicos Théâtre des Champs-Elysées, Vieux Colombier e Le Bœuf sur le Toit, os modernistas se espalharam por Paris, e a cidade chegou ao Brasil por escrito em 1923”, destaca a organizadora. Ela finaliza com uma citação de Sérgio Milliet, que, antes de retornar ao Brasil, escreveu: “Voltamos todos agora para realizar uma nova Semana de Arte Moderna em São Paulo…”. Embora o plano não tenha se concretizado, ele sinaliza a continuidade dos ideais da Semana de 22 e a preparação para novos eventos e debates culturais que moldariam os desdobramentos do modernismo brasileiro.

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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