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“Expurgo” faz temporada no Teatro Cândido Mendes

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Um mergulho no passado, com lembranças da infância e adolescência na igreja, e a “saída do armário” que arranhou a relação com a mãe, tudo isso enquanto prepara um café: esse é o pano de fundo do espetáculo “Expurgo”, interpretado pelo ator Ari Areia.

A história tece vários nós, difíceis de desatar, que vão sendo amortecidos pelo tempo, que faz o abraço mãe-filho ser possível novamente. Expurgo é um espetáculo relacional, com uma interpretação intimista, costurado com a sutileza de quem dobra um barquinho de papel, canta uma cantiga de ninar ou se esquece em um abraço.

Com texto e direção de Ari Areia, o espetáculo conta uma história sobre a descoberta de amar outros garotos, a busca por coragem de dizer isso à mãe, o choque dela, rompendo a relação com o filho, e o tempo, passando com a delicadeza de quem dobra um barquinho de papel, colocando as coisas de volta no lugar. 

Na peça do Outro Grupo de Teatro, Ari Areia desafia as lembranças de sua infância e adolescência como filho de um pastor da Assembleia de Deus. “Sair do armário nesse contexto, há 10 anos, foi preciso, também, sair de casa”, explica o ator, que assina a direção e o texto da peça. 

Durante o espetáculo, o espectador fica reverberando a dúvida se aquilo é uma escrita confessional ou dramaturgia. A linha tênue entre o teatro e a performance; o devir-cênico a partir disso; e a hachura dos contornos de um ‘eu’ do artista, borrado no que poderia ser a construção de um personagem; foram os norteadores que resultaram nessa experiência.

Segundo ele, “Expurgo é uma experiência cênica que surgiu de conversas mediadas com o coletivo Mães da Resistência, um grupo que acolhe familiares de LGBTI+ em processo de compreensão e aceitação dos filhos. Esse formato atual estreou no final de 2023, na programação do 9º Festival Midrash de Teatro, no Rio de Janeiro, a convite de Márcio Abreu e Natasha Corbelino. 

“A compreensão e o apoio da família nesse momento é o maior amparo que uma pessoa LGBT pode ter. Resistir sozinho às investidas sociais é um peso que nem sempre as pessoas conseguem suportar e estar perto de quem se ama é fundamental para que todos consigam superar esse momento de saída do armário, da decisão de verbalizar em si”, afirma Ari. 

SERVIÇO: Temporada: 02, 03, 09, 10, 16, 17, 23, 24 e 30 de novembro – sábados e domingos – às 18 horas  / Classificação: 10 anos / Local: Teatro Cândido Mendes – R. Joana Angélica, 63 – Ipanema / Ingressos: Sympla

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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