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“O Anorak” chega aos palcos do Teatro Ziembinski

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O que leva um jovem a transformar frustração pessoal em ódio mortal? Este é o tema do espetáculo “O Anorak”, que chega aos palcos do Teatro Ziembinski. Escrito pelo canadense Adam Kelly Morton, o texto narra os acontecimentos que antecederam o ataque que chocou o mundo: o assassinato em massa de 14 mulheres na Escola Politécnica da Universidade de Montreal, em 1989. 

Protagonizado pelo ator Daniel Chagas e dirigido por Sueli Guerra, “O Anorak” vai além da reconstituição do crime, a peça investiga as origens do ódio e expõe as fissuras da masculinidade moldada pela rejeição, solidão e um sentimento de inadequação que culmina na violência. 

"O Anorak"
foto: Aloysio Araripe

“Quando encontrei o texto de “O Anorak”, percebi que tocava em uma ferida que o mundo insiste em ignorar. Infelizmente, o discurso de ódio contra as mulheres não é uma página virada da história, ele persiste, e com força, também no Brasil. O espetáculo é um convite para refletirmos sobre como a misoginia é construída e perpetuada socialmente”, afirma Chagas.

Para a diretora, conhecida por trabalhos que exploram a relação entre corpo, emoção e cena, encarar esta montagem foi um processo delicado e, acima de tudo, necessário. “Tem sido, certamente, muito difícil encarar esse texto, principalmente para mim e para toda equipe, que é composta por mulheres. Eu sou mãe de menino, então isso pesa ainda mais. É fundamental refletir sobre como, e o quanto nós, como sociedade, somos responsáveis por essa construção: homens misóginos, inseguros, frágeis diante dos seus próprios sentimentos e incapazes de lidar com frustração. Eles se tornam alvos fáceis para pensamentos e atitudes extremas, como os que a peça expõe”, ressalta Sueli.

Além da profundidade do tema, o processo de construção da montagem exigiu de Daniel um mergulho intenso e um cuidado ético redobrado. “Desde o início, eu sabia que essa montagem só poderia ter mulheres conduzindo a criação. A misoginia é um tema que diz respeito a todos, mas são as mulheres que sentem na pele. Ter a Sueli Guerra na direção foi fundamental, porque ela trouxe generosidade e firmeza para atravessar esse território tão delicado.”

O trabalho de encenação apostou no equilíbrio entre texto e fisicalidade, num jogo sutil de presença e ausência. “Digamos que o movimento aqui circula entre o interno e o externo, nas sutilezas da suspensão e do tônus. Não queríamos reforçar estereótipos, mas provocar o público a sentir e refletir profundamente”, completa a diretora. 

SERVIÇO: a partir de 2 de maio / Sextas e sábados: 20h e Domingos: 19h / Local: Teatro Municipal Ziembienski (Rua Urbano Duarte, Tijuca – em frente ao metrô São Francisco Xavier)

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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