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Primeira exposição individual de Eloá Carvalho acontece na galeria Silvia Cintra + Box 4

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“Praticar em todos os tons”, primeira exposição individual de Eloá Carvalho acontece na galeria Silvia Cintra + Box 4. A mostra reúne um conjunto inédito de pinturas que traduzem, em camadas visuais sensíveis, fragmentos de experiências afetivas e memórias subjetivas.

O ponto de partida para a exposição foi uma visita da artista ao estúdio de um músico, onde encontrou uma partitura com a frase que dá nome à mostra. Inspirada por essa inscrição, Eloá criou cerca de 26 obras inéditas, que integram a exposição e aprofundam sua pesquisa sobre a imagem, a memória e a delicadeza dos gestos cotidianos. As pinturas investigam as possibilidades poéticas da linguagem visual como tradução de afetos e lembranças, articulando imagens oriundas de arquivos íntimos e institucionais em composições que lidam com o tempo, o gesto e a sobreposição de camadas — tudo guiado por um processo marcado pela intuição e pela sensibilidade.

O título da exposição, “Praticar em todos os tons”, ganha ainda mais densidade quando confrontado com a paleta escolhida por Eloá: uma escala cromática que transita entre o branco, o cinza e o preto. Ao optar por esses matizes, a artista aprofunda sua investigação sobre nuances sutis — não apenas visuais, mas também emocionais. Longe de qualquer monotonia, essa escolha revela um espectro vasto de sensações, como se cada tom carregasse em si uma vibração afetiva distinta.

No texto curatorial, o artista Laercio Redondo observa como as obras de Eloá operam como uma “partitura afetiva”, ecoando a ideia de fragmentos de discursos amorosos de Roland Barthes. Redondo ressalta a delicadeza com que Eloá constrói narrativas visuais a partir desses arquivos, sobrepondo imagens em composições que lembram o cinema: colagens que entrelaçam vidas, tempos e afetos. Com pinceladas que oscilam entre o gesto livre e a composição minuciosa, as pinturas de Eloá provocam uma escuta visual — uma forma de contemplação que exige tempo e entrega. As obras se apresentam como paisagens interiores, onde o afeto e a memória moldam o ritmo e a forma, convidando o espectador a se aproximar não como voyeur, mas como cúmplice de uma sensibilidade compartilhada.

“A pintura, para Eloá, é uma travessia. Um território movediço que exige insistência, mas que oferece, em troca, vislumbres de algo profundamente humano e comum a todos nós”, escreve Redondo. Com essa exposição, Eloá Carvalho firma-se como um dos nomes promissores da nova geração da arte contemporânea brasileira, apresentando uma poética que investiga a potência do afeto e da subjetividade através da linguagem da pintura.

Nascida em 1980, em Niterói, Eloá vive e trabalha no Rio de Janeiro. Graduou-se em Pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ e frequentou diversos cursos e grupos de estudos com artistas e teóricos de arte contemporânea. Sua pesquisa artística está relacionada à imagem e à construção de uma espécie de narrativa silenciosa através da presença de diferentes figuras, bem como das relações possíveis.

As imagens criadas pela artista partem do seu interesse pela investigação histórica de fotografias e do cinema, assim como pela percepção poética do cotidiano, em suas características físicas e ideológicas. Seu trabalho articula-se com as camadas da memória, resgatando arquivos fotográficos e documentais por meio de um processo cuidadoso de edição. A sua pintura reflete o mundo do qual fazemos parte, sendo sempre a sua primeira língua na arte.

Eloá já realizou diversas exposições individuais ao longo da última década, destacando-se por uma pesquisa poética que articula afetos, memória e linguagem pictórica. Em 2022, apresentou Na borda do mundo, com curadoria de Natália Quinderé, na C. Galeria (Rio de Janeiro). Antes disso, expôs Copydesk (2018), com curadoria de Raphael Fonseca, também na C. Galeria, e Todo ideal nasce vago (2016), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, com curadoria de Ivair Reinaldim. Em 2015, realizou três individuais: Diante de outro branco, na MUV Gallery (Rio de Janeiro), com curadoria de Daniela Name; Projetos da minha espera, na Galeria Zipper (São Paulo), com curadoria de Mario Gioia; e Como se os olhos não servissem para ver, na Galeria do Lago (Rio de Janeiro), com curadoria de Isabel Portela. Sua primeira individual foi Mise en scène, em 2013, na Galeria Ibeu (Rio de Janeiro), novamente sob a curadoria de Ivair Reinaldim.

Serviço
Exposição: Praticar em todos os tons – Eloá Carvalho
Visitação: 16 de maio até 20 de junho
Local: Silvia Cintra + Box 4 – Rua das Acácias, 104, Gávea
Horário: Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, apenas por agendamento prévio
Telefone: (21) 2521-0426

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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