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“Pulmões”, de Duncan Macmillan,  no Teatro Municipal Ziembinski

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Enquanto o planeta fica cada vez mais quente, os oceanos sobem e se agitam, um casal no supermercado se questiona se deve ou não ter filhos, esse simples questionamento causa uma reação em cadeia que não pode ser revertida. É o começo de uma conversa que vai de questões ambientais até o mais temido medo de todos: de se tornarem iguais aos seus próprios pais. Esse é o ponto de partida do espetáculo “Pulmões”, do dramaturgo inglês Duncan Macmillan.

Aliás, a premiada dramaturgia, estreou em 2011 nos Estados Unidos, e agora, esta é sua primeira montagem no Rio de Janeiro. O projeto foi idealizado pelos atores Giulia Grandis e Thiago Mello, casados desde 2019 e juntos há treze anos.

Na peça, os personagens também têm um relacionamento e se perguntam se são pessoas boas o suficiente para terem filhos. Avaliam as próprias (segundo eles) qualidades: têm uma vida simples, gastam dinheiro com assinaturas de streaming, aluguel, fazem doações, votam, vão a manifestações, assistem filmes estrangeiros, reciclam e levam sacola retornável (quando lembram). Seria o suficiente?

“Conheci “Pulmões em 2019, quando tinha acabado de me casar, e todo mundo começou a perguntar se a gente ia ter filhos. A pressão foi tanta e comecei a me perguntar mais a sério se queria ter ou não. Se tinha vontade de criar uma criança, instinto maternal ou desejo em deixar um pedaço meu no mundo. A peça começa justamente com esse questionamento”, lembra Giulia. “Não conseguimos comprar os direitos na época. Em 2021, descobri uma massa no útero e tive que fazer muitos exames e uma cirurgia. Fiquei bem de saúde, mas essas reflexões voltaram com mais força e a vontade de fazer a peça também. O público se surpreende com a espontaneidade e vulnerabilidade dos personagens. Estamos felizes em voltar agora, depois de uma curta temporada em 2023, com elogios dos espectadores”, acrescenta a atriz. 

A diretora Miwa Yanagizawa conheceu o casal de atores durante uma oficina em 2022, e se entusiasmou ao receber o convite para dirigir este texto de Duncan Macmillan, que lança um olhar crítico e bem-humorado sobre o que a sociedade considera como um comportamento padrão para casais. “As peças dele têm um olhar agudo sobre as relações humanas contemporâneas. Ele sugere dispositivos interessantes para o processo de criação que desnaturaliza situações que nós teimamos em reproduzir na vida como algo natural”, descreve Miwa.

O cenário da diretora de arte Teresa Abreu conta com uma série de projeções de slides com imagens de festividades de famílias nos anos 70. A trilha sonora original composta por Azullllllll é outro elemento dramatúrgico. “Construímos uma encenação que reforça a dinâmica de um casamento como um jogo paradoxal e cotidiano de contrastes e repetições atravessado por inúmeros afetos. A peça tem uma série de viradas de tempo e espaço e levamos para a cena uma linguagem não-realista, na qual os atores são condutores de situações que, esperamos, vai mexer com a imaginação do público”, explica Miwa. 

Serviço: Temporada: De 03 a 25 de junho / Dias e horários: terças e quartas, às 20h / Local: Teatro Municipal Ziembinski: Avenida Heitor Beltrão – Tijuca / Ingressos:   www.pulmoesespetaculo.com.br / Classificação: 14 anos

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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