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Exclusão afetiva de mulheres negras é tema de conversa na exposição da artista Panmela Castro

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Com o objetivo de refletir sobre a exclusão afetiva vivida por mulheres negras em diferentes esferas da vida, será realizada a conversa “Mulher Negra, Afetividade e Solidão”, com a artista e ativista Panmela Castro e a educadora e comunicadora Pâmela Carvalho, com mediação da coordenadora de comunicação da Rede NAMI Maybel Sulamita. A conversa, gratuita e aberta ao público, será realizada na exposição “Direito ao Afeto”, de Panmela Castro, no Parque da Catacumba, na Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro.

Com curadoria de Keyna Eleison, a exposição transforma flores enviadas pelo público em pinturas feitas pela artista Panmela Castro, em um ritual de escuta, cuidado e presença. Inspirada em um manifesto elaborado pela artista, a mostra parte da premissa de que “o afeto não é privilégio – é um direito fundamental.” A frase sintetiza um percurso iniciado anos antes com a série “Mulheres Negras Não Recebem Flores”, nascida após a viralização do texto da escritora Gabriela Moura, que denunciava a exclusão afetiva de mulheres negras. “Sou uma mulher negra, e por muito tempo fui ensinada a não esperar cuidado. Essa exposição é uma forma de dizer que merecemos afeto, sim. E que merecemos recebê-lo em vida, em público, em gesto. Flores são só o começo”, afirma a artista. 

Desta forma, integrando o programa educativo da exposição, a conversa ampliará as discussões sobre o tema, debatendo as estruturas que negam às mulheres negras o direito de viver o afeto como um princípio fundamental. O debate não se limita aos relacionamentos amorosos, mas abrange também as relações familiares, profissionais, comunitárias e institucionais. “Assim como bell hooks nos lembra, o amor não é apenas uma emoção, mas uma prática política. O programa educativo de Direito ao Afeto propõe exatamente isso: transformar o afeto em espaço de reflexão, ação e escuta coletiva.”, diz Panmela Castro. 

Falar da solidão da mulher negra numa exposição sobre afeto como direito é não só urgente, mas também revolucionário. A gente vive num país onde o afeto ainda é distribuído de forma desigual, como se fosse privilégio de alguns e não direito de todes. E quando falamos de mulheres negras, estamos falando de corpos que historicamente foram ensinados a servir, mas quase nunca a serem cuidados, amados, desejados ou priorizados. A solidão da mulher negra não é só estar sem companhia – é estar à margem do imaginário do amor, é ser invisível aos olhos do afeto.”, ressalta Pâmela Carvalho. 

Ainda como parte da mostra, no dia 12 de julho de 2025, às 13h, será realizada a Oficina de Modelo Vivo Botânico, que convida o público a desenhar e pintar flores e plantas do Parque da Catacumba, ao lado da artista Panmela Castro, que também estará presente na exposição em alguns finais de semana realizando pinturas ao vivo.

Com realização do Arte Clube Jacarandá, Lagoa Aventuras e Panmela Castro Cultura e Arte, a exposição está instalada em um parque ecológico e convida o público a desacelerar e refletir sobre o que significa ser visto, celebrado e cuidado. A mostra também se conecta a discussões contemporâneas sobre os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis) e justiça climática. Segundo dados da ONU, mulheres negras e indígenas são as mais afetadas pelas crises ambientais. 


Serviço: Conversa “Mulher Negra, Afetividade e Solidão”
Dia 7 de junho de 2025, às 11h Entrada gratuita 

Pavilhão Victor Brecheret, Parque da Catacumba I Av. Epitácio Pessoa, 3000, Lagoa

Visitação: até 2 de agosto de 2025 / De terça a sexta-feira: às 11h e às 15h (mediante agendamento prévio: https://lagoaaventuras.com.br/produto/exposicao-direito-ao-afeto/

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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