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Orquestra Sinfônica Brasileira apresenta Sinfonia Fantástica

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 A Orquestra Sinfônica Brasileira dá continuidade à Série OSB 85 anos, no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O ciclo, que celebra a excelência de seu conjunto ao revisitar obras monumentais de sua trajetória, desta vez traz obras de Clarice Assad e Hector Berlioz. A regência fica a cargo do maestro Stefan Geiger.

Uma travessia sonora entre o visível e o invisível: essa é a proposta de Nhanderu. A peça, que apresenta um forte caráter ritualístico, é baseada nas cerimônias de invocação da chuva realizadas por povos Tupi-Guarani. A obra é estruturada em quatro partes — despertar, invocação, gratidão e retorno — e usa o ciclo da água como metáfora para a vida. A coda final retoma o começo, criando um movimento circular que reflete a continuidade e o renascimento. Assad escreve com linguagem altamente visual e coreográfica, recorrendo não apenas à orquestração convencional, mas também a gestos sonoros como estalos de dedos, palmas, vocalizações e percussões corporais, numa abordagem que exige do conjunto não só precisão técnica, mas presença física e coletiva. A instrumentação, que alude a flautas, chocalhos e tambores indígenas, constrói paisagens sonoras ora etéreas, ora densas, em que os limites entre som, corpo e espaço se desfazem. Mais do que descrever um ritual, a abertura o dramatiza, transformando a escuta em experiência imersiva e carregando a cena musical com a energia ancestral de um gesto comunitário de súplica e celebração.

A história por trás da Sinfonia Fantástica, do compositor francês Hector Berlioz (1803 – 1869), já é ela mesma digna de um folhetim. Após assistir a uma montagem de Hamlet em Paris, no ano de 1827, o compositor se viu instantaneamente obcecado por Harriet Smithson, atriz irlandesa que interpretava o papel de Ofélia. Sem chegar a conhecê-la pessoalmente, passou a escrever cartas a ela, nutrindo por três anos uma paixão arrebatadora que o inspiraria a compor seu magnum opus. Quando a atriz finalmente assistiu uma performance da Sinfonia em 1832, sem saber que era a musa por trás de tudo, ficou profundamente tocada. Conheceram-se no dia seguinte e se casaram menos de um ano depois. De certo modo, o arco da Sinfonia acompanha o arco  geral dessa trajetória amorosa, mas empresta a ela certo aspecto grotesco, explicitado por Berlioz nos títulos dos movimentos, mas também em um programa que acompanha a composição. No texto, o compositor esmiúça a trajetória do jovem músico: da paixão idealizada ao pesadelo alucinado, passando por bailes, devaneios bucólicos e um sabá demoníaco. A ousadia, no entanto, não está apenas na proposição extra-musical: a orquestração da obra é uma revolução por si só. Berlioz amplia a paleta sinfônica com efeitos inusitados: sinos, harpas, col legno nas cordas, linhas melódicas abruptas e cores timbrísticas extremas, criando uma música que é ao mesmo tempo narrativa, alucinação e espetáculo. Romantismo em êxtase e esplendor.

SERVIÇO: Série OSB 85 Anos / Dia 10 de junho (terça-feira), às 19h / Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro (Praça Floriano, s/nº – Centro) / Ingressos em Fever Up

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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