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“Velocidade”, nova montagem do grupo mineiro Quatroloscinco, no CCBB

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E se fosse possível desacelerar o tempo? Essa é a provocação da peça teatral “Velocidade”, décima criação do grupo mineiro Quatroloscinco – Teatro do Comum, que estreia no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ) .

Em um mundo cada vez mais utilitarista, consumista e hiperconectado, onde distâncias, durações, memórias e relações se reduzem e se virtualizam, Velocidade se ergue como um manifesto contra a pressa, a urgência e a obsessão pelo futuro. Estruturada em forma de livro – com capa, prefácio, dedicatória, sete partes e verso da capa – a peça questiona o ritmo imposto pela vida contemporânea e propõe outra relação com o tempo. Escrito por Assis Benevenuto e Marcos Coletta, e dirigido pelo cineasta Ricardo Alves Jr. e Ítalo Laureano, o espetáculo reúne em cena Rejane Faria, Michele Bernardino, Ítalo Laureano, Marcos Coletta e Assis Benevenuto. 

” “Velocidade” começa com um áudio de seis minutos que o espectador ouve no escuro. Esse é o nosso convite inicial para desacelerar, baixar a bola, deixar o tempo decantar, desafiar a ansiedade, habitar outro tempo da imagem”, adianta Coletta. 

A inspiração surgiu a partir do ensaio “Notas sobre os doentes de velocidade”, da autora mexicana Vivian Abenshushan, e se ampliou em diálogo com outras referências, como o livro Oráculo da Noite, de Sidarta Ribeiro, textos de Paul Preciado e o filme Poesia Sem Fim, de Jodorowsky. O resultado é uma dramaturgia concebida como uma peça-livro-sonho, que abandona a linearidade e se constrói por imagens, rastros de memória e lapsos entre o real e o imaginado. Cada cena convida o público a suspender a lógica do imediato e experimentar outras durações, ruídos e silêncios. 

Aliás, a pesquisa cênica retoma a parceria com o cineasta Ricardo Alves Jr., mas, diferentemente de trabalhos anteriores como Luz e Neblina (2024) e Tragédia (2019), não há projeções nem câmeras em cena. A presença dos corpos dos atores e o tratamento da luz e do som evocam o cinema por outros caminhos: pela atmosfera, pelo ritmo, pelos cortes. A trilha sonora original de Barulhista e a elogiada iluminação de Marina Arthuzzi reforçam o caráter sensorial da encenação. 

Além disso, os diretores de arte, Luiz Dias e Carol Manso, trouxeram para o palco uma mesa central que funciona como página, onde os títulos dos quadros são escritos e apresentados ao público. O cenário, os objetos e os figurinos assumem diferentes funções, ganhando novos significados ou sumindo a cada sequência. Para Assis Benevenuto, essa dinâmica está diretamente ligada ao conceito que estrutura o espetáculo: “Essa ideia de uma peça-livro-sonho necessita que o espaço, os figurinos e os objetos de cena possam ser transformados. Não pode ser aquele cenário fixo, pesado, que imprime apenas uma ideia”. 

Serviço Temporada: 18 de junho a 13 de julho de 2025  / de quarta a sábado, 19h e domingo, 18h. / Classificação: 14 anos / Ingressos: disponíveis na bilheteria física ou no site do CCBB (bb.com.br/cultura)   Local: Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro I / Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro, Rio de Janeiro (RJ) 

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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