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 Dora de Assis estreia “Na Quinta Dor” no CCJF

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A experiência de quase morte é o ponto de partida de “Na Quinta Dor”, espetáculo que estreia no Centro Cultural da Justiça Federal.

Sob a direção de Joana Dória e Lara Coutinho, a atriz Dora de Assis, que também assina a dramaturgia,visita as memórias de uma vivência dolorosa numa tentativa de reelaborar o que viveu. Em menos de dois meses, no último ano, Dora passou por três internações e duas cirurgias, que deixaram cicatrizes em sua pele e em sua história, que a fizeram repensar a vida e revisitar também suas lembranças escolares, na infância de adolescência, e como professora de artes para turmas de crianças pequenas. 

Mas que ninguém espere um espetáculo pesado. Apesar de tratar de um assunto trágico – uma sucessão de situações hospitalares em um curto período de tempo, que teve início com uma amigdalite que se transformou em um abscesso retrofaríngeo, seguida de uma sutura no pé e logo depois, uma apendicite que revelou um câncer no órgão — “Na Quinta Dor” trata desses e outros temas com humor e leveza. A dramaturgia usa a internação, a doença e a quase morte como metáforas para discutir questões mais amplas sobre a condição humana. 

Por meio de relatos pessoais, que envolvem a vivência como artista e educadora de arte, e da influência que os acontecimentos hospitalares tiveram diante de sua vida e trabalho, Dora se desdobra em relatos a fim de estabelecer uma relação mais íntima entre o existir, o fazer artístico e o trabalho educacional através do risco, no sentido do ímpeto, como possibilidade única de ação.

Dora sofreu negligência e violência médica. A situação, que já era delicada, se agravou ainda mais. Mas o foco do espetáculo não é esse, mas passa por esse lugar. ‘Na Quinta Dor’ fala, com leveza e humor, sobre os impactos que o corpo sofre e o que permanece nele. 

“A cena permite que eu entre em contato com tudo o que eu sofri de uma maneira diferente, não apenas o que aconteceu comigo, mas através de mim e o que estou fazendo com tudo isso. Quis fazer do riso uma arma. O humor pode ser uma estratégia de sobrevivência e de combate à violência, de não querer admitir a derrota. Isso tem a ver com meu trabalho e como minha conduta de vida. A peça fala sobre isso também”, adianta Dora de Assis. “O espetáculo faz um paralelo com a educação, sistema que tem um papel fundamental na formação do indivíduo. Mas que também pode trazer danos que carregamos conosco a longo prazo”, completa. 

“Na Quinta Dor” está associada ao Trabalho de Conclusão de Curso de Dora de Assis em Licenciatura em Artes Cênicas. O cenário, uma criação coletiva de toda equipe, é composto por 70 sacos transparentes pendurados, repletos de líquidos e diversos elementos como gaze, esparadrapos e remédios. Ao longo do espetáculo, eles são manipulados e gotejam, remetendo a fluidos como sangue, soro e lágrimas, e à rotina hospitalar. O figurino, idealizado por Rui Cortez e Lucília de Assis  multiartista, integrante do grupo O Grelo Falante, e mãe de Dora —, que, assim como a cenografia, representa o momento conturbado enfrentado pela protagonista: um macacão, costurado com retalhos e apliques variados, simboliza os órgãos vitais, os procedimentos cirúrgicos e as cicatrizes consequentes de todo processo. 

SERVIÇO : Temporada: de 4 a 26 de julho de 2025  / Apresentações: sextas e sábados, às 19h / Local: Centro Cultural da Justiça Federal – Av. Rio Branco, 241 / Classificação indicativa: 12 anos. Duração: 90 min. / Instagram@naquintador

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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