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“CORpo MANIFESTO” traz obras inéditas de Sérgio Adriano H

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O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro recebe, a partir do dia 23 de julho de 2025, a exposição “CORpo MANIFESTO”, de Sérgio Adriano H, um dos mais renomados artistas negros da arte contemporânea brasileira atual, que celebra 25 anos de carreira. A mostra, que ficará em cartaz até 15 de setembro de 2025, marca a maior exposição individual já realizada pelo artista, com diversas obras inéditas, e conta com a curadoria de Juliana Crispe e Claudinei Roberto. 

CORpo MANIFESTO reúne 113 obras que atravessam diversas linguagens artísticas, como fotoperformance, escultura, pintura, instalação e vídeo, dentre elas “Ordem e Progresso – Direito das Obrigações” (da série PALAVRAS TOMADAS), “O lugar que pertenço” e “História do Brasil”. Cada obra foi cuidadosamente selecionada para compor um panorama da produção de Sérgio Adriano H ao longo de sua carreira, com destaque para 33 inéditas. 

As obras não apenas documentam o corpo como manifestação política e social, mas também questionam as narrativas históricas sobre a negritude e a identidade negra no Brasil. Através de uma linguagem poética e visualmente impactante, o artista usa o corpo como ferramenta de denúncia e reflexão, criando uma conexão profunda entre passado e presente, desafiando o público a reconsiderar o lugar da arte para a reparação histórica das populações negras.

Sérgio Adriano H tem usado seu próprio corpo como ferramenta artística contra o racismo estrutural e a invisibilidade histórica do povo negro no Brasil, a partir do viés conceitual da decolonialidade. Ele propõe pensar nas histórias ausentes, nas palavras não ditas e nas “palavras tomadas”, dando voz ao silenciado e explorando as fronteiras entre a história social ocultada e a apresentada, em um “P. S.” (post scriptum) que reivindica o legado ancestral. 

Para ele, ser um artista negro requer consciência de representatividade, resistência, existência, ancestralidade e coletividade. “Eu tenho um sonho e estou transformando esse sonho em um mantra para que, de tanto ser repetido, inspire outros a sonhar. Ser um artista negro é sonhar que um dia um garoto ou uma garota negra, nascidos em uma comunidade, em uma favela, ao abrirem um livro de história da arte, encontrem ali o meu nome. Descubram que Sérgio Adriano H nasceu em Joinville, pobre, sem saber sonhar, mas encontrou a arte e por ela foi salvo”, conta Sérgio. 

Através da arte, ele encontrou a possibilidade do sonho que o permitiu se reconhecer, não somente como indivíduo, mas como um ator político poderoso. “Me vejo nas crianças negras e, por isso, quero que elas se reconheçam no meu trabalho. Minha arte é um monumento de mulheres e homens negros que inspira o futuro e colabora para que jovens e crianças se reconheçam. E, nesse instante, sintam que também podem voar alto e estabeleçam ali sua representatividade, para que nunca mais deixem de sonhar”, compartilha.  

Para Juliana Crispe, este trabalho vai além de uma exposição artística: é um chamado urgente para que a história do país seja revisitada. “Que esta exposição seja um manifesto para a história do Brasil que precisa ser interrogada e reconstruída, ativando a educação como campo de ação e transformação. Que cada pessoa que visite CORpo MANIFESTO possa questionar seu papel e refletir sobre sua atuação nos processos de mudança nesta sociedade”, afirma a curadora.

De acordo com o curador Claudinei Roberto, a exposição ressignifica a função da arte na contemporaneidade ao abordar temas de grande relevância social. “O corpo do artista é uma plataforma de resistência e reflexão sobre as tensões entre o passado colonial e o presente racista. Sérgio Adriano H traz à tona as feridas históricas que ainda precisam ser curadas, e faz isso com uma linguagem que é simultaneamente poética e política, desafiando o público a participar ativamente dessa reflexão”, conclui.

No dia abertura (23), às 18h, o público poderá conferir a performance “desCOLONIZAR CORpos”, realizada pelo artista Sérgio Adriano H na galeria. Durante a semana, na quinta (24), às 17h, a curadora Juliana Crispe realiza visita mediada com os visitantes, e na sexta (25), às 17h, o próprio Sérgio Adriano H convida para uma visita ao espaço expositivo, seguida da palestra “Planejamento de carreira para artistas negros e LGBTQIAPN+”, às 19h.

Serviço: Visitação: 23 de julho a 15 de setembro de 2025 / Classificação indicativa: Livre / Ingressos disponíveis na bilheteria física ou pelo site do CCBB – bb.com.br/cultura. / O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro fica na Rua Primeiro de Março, 66 – 2º andar – Centro

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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