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Michael Naify expõe suas fotos no Centro Cultural Correios

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O Centro Cultural Correios Rio de Janeiro inaugura a exposição “Origens”, primeira individual no Brasil do artista e fotógrafo americano Michael Naify, com curadoria de Shannon Botelho. A exposição apresenta uma série de cianotipias desenvolvidas a partir de pesquisas realizadas por Naify em Minas Gerais, em resposta à tragédia do rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho, ocorrida em 2019.

“As imagens de Naify não pretendem apagar ou reconstituir o passado sob um viés colonizador. Ao contrário, operam como um gesto de revelação das violências inscritas nas relações sociais historicamente constituídas, expostas aqui por meio de um processo artístico que conjuga técnica, matéria e memória”, descreve Shannon Botelho.

Com formação em História, MBA pela University of San Francisco e MFA em Fotografia pelo San Francisco Art Institute, Michael Naify tem trajetória marcada pela atuação em diferentes campos da cultura. Trabalhou na indústria de pós-produção cinematográfica nos Estados Unidos e participou da fundação da editora Cosac & Naify, referência no mercado editorial brasileiro entre os anos 1990 e 2010. Desde então, tem se dedicado à fotografia documental e conceitual, produzindo imagens que tensionam relações entre território, identidade e poder.

A série apresentada em “”Origens parte do contato direto do artista com comunidades e espaços afetados por desastres ambientais em Minas Gerais. “Comecei a pesquisar e registrar esse trabalho em 2019, pouco depois do rompimento da barragem em Brumadinho. O que vi ali foi profundamente chocante. A cada retorno ao Brasil, fui me aprofundando mais — visitando minas, conhecendo pessoas, observando não apenas a paisagem marcada pela extração, mas também aqueles que vivem nesses territórios, muitos deles trabalhando na destruição da própria terra. Percebi uma espécie de resignação coletiva diante de uma realidade que parece inescapável”, relata Michael Naify.

Para essa produção, Naify utilizou a técnica da cianotipia, um processo fotográfico baseado em sais de ferro que resulta em imagens de tonalidade azul índigo. No entanto, como explica o artista: “Este processo de revelação fotográfica é um dos mais antigos, assim depois que a imagem está seca, eu a emerso em café por horas, até mudar completamente de cor para um tom mais amarelado. Cada imagem é completamente diferente da outra. Cada uma tem um caráter em si, conta sua própria história.” A partir dessas intervenções, o artista cria imagens que evocam as camadas de memória inscritas na matéria e nos territórios, tensionando as fronteiras entre técnica, símbolo e tempo histórico.

SERVIÇO: De 23 de julho a 13 de setembro / Local: Centro Cultural Correios – Sala 1 – 3º andar Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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