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“Correspondências: memórias e identidade” no Centro Cultural Correios RJ

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O Centro Cultural dos Correios Rio de Janeiro recebe a exposição coletiva Correspondências: memórias e identidade, com curadoria de Fabiola Notari, na Galeria B, no térreo da instituição.

Reunindo 46 trabalhos, entre livros de artista em seus mais variados formatos e obras em suportes diversos — como instalações, pinturas, colagens, objetos, desenhos e bordados —, a exposição Correspondências: memórias e identidade propõe um mergulho nas formas de comunicação que transcendem a palavra escrita, recuperando gestos de afeto, escuta e partilha.

As obras reunidas investigam a potência poética e sensível das trocas epistolares — cartas, bilhetes, mensagens escritas à mão — como espaços de elaboração da memória, construção de identidade e presença simbólica.

Do latim correspondere — cor (junto, reciprocamente) e respondere (responder) —, corresponder é mais do que enviar algo: é estar em relação. Nesse gesto de escrever e aguardar, de partilhar mundos mesmo à distância, habitam os afetos que atravessam a exposição que conta com obras dos artistas Aline Cavalcante, Ana Cris Rosa, Célia Alves, Christina Parisi, Clarissa M Zelada, Claudia Souza, Cris Marcucci, Daniela Karam Vieira, Irene Guerreiro, Leonor Décourt, Lidia Sumi, Lídice Salgot, Lucia Mine, Lucimar Bello, Maíra Carvalho, Margarida Holler, Renata Danicek, Rosa Grizzo, Sandra Lopes, Teresa Ogando, Tuca Chicalé e Vitoria Kachar.

Algumas obras da mostra exploram a escrita como forma visual e afetiva, deslocando seu sentido tradicional para o campo da memória e da sensação. Em Todas as perguntas que importam, Aline Cavalcante investiga a abstração da escrita. As cartas apresentadas não comunicam por palavras, mas por traços e ritmos, como vestígios de uma memória afetiva. Ao alterar padrões da linguagem, a artista propõe novas formas de leitura baseadas na emoção e no gesto.

Em Cartas para um Futuro (in)Certo, Christina Parisi reúne resíduos e fragmentos urbanos recolhidos pelas ruas, compondo um livro de artista feito de vestígios. Em contraste com o silêncio da natureza, a cidade se expressa por seus descartes — ecos materiais que a artista reorganiza como mensagens ao futuro, sem garantia de leitura ou de destinatário.

Carta Circular, de Lucia Mine, parte de uma correspondência real entre ela e uma jovem diarista que descobre a escrita ao copiar receitas. A troca é registrada em pratos de papelão, suporte simples e carregado de sentido. A obra preserva o gesto íntimo do envio e acolhe, em sua forma circular, a permanência dos vínculos que seguem em movimento.

Em A coleção de selos do meu pai, Maíra Carvalho organiza selos guardados por anos como forma de tornar visível uma memória familiar. Fragmentos de cartas, nomes e carimbos compõem uma experiência visual que atravessa tempos e afetos, sem seguir uma narrativa linear.

Memória como refrão ou me repito nas memórias, de Vitória Kachar, evoca a sua ancestralidade libanesa por meio da repetição de formas e do uso do dourado. O envelope postal e a mala são escolhidos como suportes simbólicos, articulando deslocamentos, guardados e permanências entre tempos e territórios.

A exposição é organizada em quatro núcleos temáticos. “Correspondências: memórias e identidade” convida a pensar as dinâmicas da comunicação que atravessam nossas relações, destacando como essas práticas moldam nossa percepção de tempo e de vínculo.

Serviço Visitação: de 20 de agosto a 27 de setembro / Horário: De terça a sábado, das 12h às 19h / Local: Centro Cultural dos Correios Rio de Janeiro | Galeria B – Térreo Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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