- Publicidade -

Exposição sobre Carmen Portinho celebra a história e as contribuições de uma pioneira do modernismo brasileiro

Publicado em:

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro inaugura a exposição documental “Carmen Portinho: modernidade em construção”, com curadoria de Aline Siqueira, Raquel Barreto e Pablo Lafuente, e assistência curatorial de José dos Guimaraens. A mostra homenageia a engenheira, urbanista e militante feminista Carmen Portinho (1903–2001), protagonista do modernismo brasileiro e referência na luta pela igualdade de gênero, pelo direito à cidade e habitação popular.

“Mais do que um percurso biográfico, a exposição propõe questionamentos sobre como a vida e as ações de Carmen Portinho iluminam os desafios atuais de construção da cidade e do país que queremos. Sua obra, coletiva por excelência, afirma o modernismo como projeto político e cultural de emancipação social”, pontua Yole Mendonça, diretora executiva do MAM Rio.

Ao longo de sua vida, Carmen Portinho foi ativista dos direitos das mulheres, urbanista, crítica de arte e militante pela cultura e pela liberdade. Nos anos 1950, integrou a gestão do MAM Rio como diretora executiva adjunta, coordenando a construção da sede definitiva do museu projetada por Affonso Eduardo Reidy. Esses múltiplos engajamentos, que atravessam quase todo o século 20, integram o projeto moderno em sua acepção mais ampla: a construção de uma sociedade e de um país mais justos por meio de saberes e tecnologias, novos e antigos, a serviço da emancipação individual e coletiva.

A exposição reúne mais de 300 documentos históricos de diferentes acervos, organizados em três núcleos — “moradia e habitação popular”, “feminismo” e “arte e educação” — além de uma seção dedicada à Revista Municipal de Engenharia, veículo fundamental para a difusão do modernismo no Brasil.

Em diálogo com esse vasto material, obras comissionadas especialmente para a mostra aproximam o legado de Portinho de questões contemporâneas: um vídeo da cineasta, antropóloga e artista visual Milena Manfredini e uma instalação do artista baiano Rommulo Vieira Conceição revisitam o Pedregulho (conjunto habitacional no bairro de Benfica), enquanto o projeto instalativo da artista carioca Ana Linnemann propõe modos de viver e trabalhar inspirados na urbanista. E em entrevista realizada pela cineasta Ana Maria Magalhães em 1995, Portinho compartilha reflexões sobre sua vida e trabalho. 

“Carmen Portinho atravessa o século 20 como protagonista de lutas que permanecem atuais: habitação, educação, arte e igualdade de gênero. A exposição não apenas revisita sua trajetória, mas nos convida a refletir sobre o que foi feito e o que ainda precisa ser conquistado”, afirma Pablo Lafuente, diretor artístico do MAM Rio.

Na virada do século 20, políticas higienistas e remoções marcaram a vida da população de baixa renda no Rio. Foi nesse contexto que Carmen Portinho consolidou sua atuação à frente do Departamento de Habitação Popular (DHP), criado em 1946. Como diretora-geral, implantou projetos de grande escala baseados no conceito de “unidade de vizinhança”, que integrava moradia, escola, lazer, saúde e comércio em bairros autossuficientes.

O Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes (Pedregulho), projetado por Affonso Eduardo Reidy a partir das ideias de Portinho, tornou-se um marco do modernismo brasileiro, premiado na 1ª Bienal de São Paulo (1951) e celebrado internacionalmente. Outros empreendimentos, como o Conjunto Residencial Marquês de São Vicente, em São Conrado, e os conjuntos de Paquetá e Vila Isabel, reafirmaram a ambição de aliar arquitetura, urbanismo e justiça social. Apesar das críticas ao alto custo e à complexidade dos projetos, suas soluções ainda hoje são referências em concepção arquitetônica e qualidade de construção.

“O núcleo de Pesquisa do MAM Rio, em geral, trata a Carmen Portinho a partir de sua atuação como diretora executiva adjunta e de suas ações no contexto das práticas e das realizações do museu. Esta exposição nos permite exercitar um novo ponto de vista, muito mais amplo e com reconhecimento justo de suas frentes de atuação profissional tão diversas. Falar sobre esses outros aspectos da trajetória de Portinho é muito envolvente e gratificante, e nos ajuda a reforçar sua importância não somente para o MAM Rio, mas para a cidade do Rio de Janeiro e para o Brasil”, completa Aline Siqueira, coordenadora de Pesquisa e Documentação do museu.

SERVIÇO: De 13 de setembro de 2025 até março de 2026 / Horários de visitação: Quartas, quintas, sextas, sábados domingos e feriados, das 10h às 18h / Local: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro End: Av. Infante Dom Henrique, 85 / Ingressos: https://www.mam.rio/ingressos
Entrada gratuita para todos os públicos

Rota Cult
Rota Cult
Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

Mais Notícias

Nossas Redes

2,459FansGostar
216SeguidoresSeguir
125InscritosInscrever
4.310 Seguidores
Seguir
- Publicidade -