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Danielle Winits e Gerald Thomas estreiam “CHOQUE!” no Teatro Copacabana Palace

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O espetáculo “CHOQUE! Procurando Sinais de Vida Inteligente“, com direção de Gerald Thomas e atuação solo de Danielle Winits, traz humor afiado e olhar crítico. A obra se estabelece como uma reflexão sobre as irracionais contradições humanas, o papel da mulher na sociedade e os dilemas da vida contemporânea. O título sugere uma busca extraterrestre, mas é, na verdade, uma metáfora para a busca de empatia, conexão e sentido no meio da confusão cotidiana da humanidade.

Foto Robert Schwenck

Escrita pela norte-americana Jane Wagner, originalmente encenada em 1985, nos EUA, e imortalizada pela atuação solo de Lily Tomlin, “Procurando Sinais de Vida Inteligente no Universo“, convertida por Thomas em “CHOQUE! Procurando Sinais de Vida Inteligente“, consolidou-se na ocasião como um marco para o teatro, especialmente pelo modo como mescla humor, crítica social e múltiplas vozes em uma única interpretação. 

Estruturada como um monólogo múltiplo, uma só atriz (Danielle Winits) interpreta diversos personagens e por meio dessas vozes constrói uma narrativa fluida e cômica que atravessa diferentes contextos sociais e históricos. Além disso, o texto questiona padrões sociais, a lógica capitalista, a superficialidade da cultura de massa e os limites das relações humanas, tudo isso por meio de observações sagazes e por vezes absurdas que provocam tanto o riso quanto a reflexão. Mas não é só isso. Gerald Thomas adicionou ao texto original as lacunas que as décadas perdidas ou passadas teriam que preencher. 

“Sim, o mundo mudou muito rápido nesses últimos quarenta anos. Em 1985 não haviam redes sociais ou IA, a teoria de Andy Warhol de que todos iriam ter seus 15 minutos de fama ainda era uma fantasia longínqua e não um pesadelo psicopático. Se, em 1985 ainda se tinha amigos, hoje tem-se “seguidores” e a palavra lixo significava somente sujeira e não crise ou calamidade. O mundo de Huxley e Orwell eram temidos, mas agora, talvez, através dessa epidemia de “influencers”, os jovens estarão, de fato,  condenados a desaprender tudo aquilo que a história nos ensinou. Entraremos em uma era de deletação, de apagamento. E isso não está na peça de Wagner”, revela Gerald Thomas.

Além disso, o texto equilibra ironia e compaixão com maestria. Seus diálogos são, certamente, pontuados por referências pop e filosóficas, e não hesitam em abordar temas complexos com leveza e profundidade. Aliás, a crítica social nunca é panfletária, emerge da experiência dos personagens e do confronto direto com as contradições do mundo moderno.

A peça é também um espetáculo sobre o próprio fazer teatral e seu potencial transformador. Ao alternar rapidamente entre vozes e pontos de vista, desafia tanto a intérprete quanto o público, convocando uma escuta ativa e sensível.

Serviço Temporada: 2 de outubro até 2 de novembro de 2025 / Dias e horários: Quintas, sextas e sábados, às 20h. Domingos, às 17h. / Local: Teatro Copacabana Palace – Av. Nossa Sra. de Copacabana, 261, Copacabana / Ingressos: Sympla e na bilheteria do teatro durante a temporada, todos os dias de espetáculo 2h antes.  / Classificação: 12 anos

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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