Dramaturgia em Leituras apresenta “Comício-relâmpago com Trovoadas” no Teatro Adolpho Bloch

No Teatro Adolpho Bloch, a palavra ganha corpo, voz e respiração. O projeto gratuito Dramaturgia em Leituras convida o público a mergulhar no universo da dramaturgia em sua forma mais pura e sensível: o encontro direto entre texto, ator e plateia. Sem artifícios cenográficos, a cena se desenha na imaginação. Cada palavra dita, cada silêncio, cada olhar esboçado constroem mundos inteiros — efêmeros e potentes. As leituras dramatizadas celebram a força do teatro em seu estado mais essencial, onde o verbo se faz carne e atravessa a alma de quem ouve.

Ao longo da programação, textos inéditos da dramaturgia contemporânea são apresentados, ou clássicos são revisitados, reinventados e reencenados, criando momentos únicos de emoção e descoberta. No próximo dia 10 de novembro, é a vez da história “Comício-relâmpago com Trovoadas”, com o ator Alexandre Dacosta.

Sinopse – “Comício-relâmpago” é uma manifestação de protesto em praça pública, em tempos de repressão política, em que o orador precisa ser breve, antes que a polícia chegue.

Em 1946, o jornalista Apparício Torelly, o Barão de Itararé, candidato a vereador pelo Partido Comunista Brasileiro, sofreu perseguição da polícia e foi obrigado a realizar comícios-relâmpago no centro do Rio de Janeiro, geralmente em frente ao bar Amarelinho, na Cinelândia. Colocava um caixote na calçada, subia nele, proferia um discurso exaltado e fugia antes que a polícia chegasse. Porém, como pretendia ser um político absolutamente honesto, não poderia fazer um comício-relâmpago sem que houvesse uma trovoada, já que “não existe relâmpago sem trovoada”. Para isso, levava seu filho, Arly, que de tempos em tempos sacudia uma folha de metal.

A peça cria um comício-relâmpago (com trovoada) de um candidato a deputado federal. O texto é uma colagem de trechos da obra jornalística do Barão. Como se trata de um político absolutamente honesto, ele duvidará de suas próprias intenções, terá crises de depressão no meio do comício e questionará seus pares e a vida em geral. Como a polícia não chega, terá tempo para isso.

Serviço 10 de novembro, segunda-feira, 19h / Entrada Franca / Classificação: 12 anos