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“VALE QUANTO CUSTA?” no Teatro Municipal Gonzaguinha

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“VALE QUANTO CUSTA?”, peça que marca a estreia do coletivo artístico “Quase 9” na cena teatral carioca, aborda a exploração do trabalho dentro de um restaurante da Zona Sul, em que quatro garçons têm que lidar com a morte de um dos colegas enquanto enfrentam dilemas éticos e uma carga horária abusiva.

Formado por atores, fotógrafos, artistas plásticos e pesquisadores acadêmicos, o coletivo “Quase 9” surgiu em 2023. A peça “VALE QUANTO CUSTA?” é a primeira do grupo e vem sendo criada há dois anos, influenciada por questões reais já enfrentadas pelos membros: “São artistas que precisaram trabalhar como garçons, em determinados momentos da vida, para pagar as suas contas. E, dentro daquele ambiente de trabalho, presenciaram situações de desrespeito nas relações trabalhador-chefe e trabalhador-cliente, assim como desigualdades de gênero, raça e classe”, ressalta Thaís.

Com uma mistura entre o drama e humor, a montagem levanta reflexões atuais sobre a relação humana com o tempo, o trabalho e a arte. Para Ana Paula, “é um desabafo tragicômico sobre a invisibilidade do trabalhador brasileiro e como o capitalismo pode atropelar a existência das pessoas”. Numa criação autoral e coletiva, as cenas foram pensadas a partir de improvisos e com a intenção de retratar a precariedade em que os personagens estão envolvidos.

Trazendo a sensação de enclausuramento, os atores ficam na área de fumantes do restaurante, um espaço restrito do palco. As roupas, o cenário e objetos utilizados também trazem o sentimento precário enfrentado pelos garçons: “O figurino mostra a dualidade de como nos apresentamos para o mundo e como somos tratados: na frente, tudo impecável. Atrás, a sujeira, as amarras, o que nos aflige e segura”, revela Ana.

Apesar dos momentos marcados pela comédia, em “VALE QUANTO CUSTA?” os temas abordados são tratados com delicadeza. Para falar sobre a escala 6×1, o descaso com prestadores de serviço e as desigualdades, “os atores, personagens e cenas não são estimulados para serem intencionalmente engraçados. O humor se dá pelas situações que se instauram na narrativa”, garante Thaís. Inspirados por diversas linguagens artísticas como as metáforas de Grace Passô, os jogos de grupo de improviso, textos clássicos do teatro brasileiro e na série audiovisual “The Bear” (2022), a peça extrapola o palco e envolve o público, que também é levado a pensar se a experiência de vida vale o quanto custa.

Serviço: De 20 a 29 de novembro / Sessões às quintas, sextas e sábados às 19h /Teatro Municipal Gonzaguinha, no Centro de Artes Calouste Gulbenkian / R. Benedito Hipólito, 125 – Centro / Classificação indicativa para maiores de 16 anos / Ingressos disponíveis em https://ingressosriocultura.com.br/riocultura/events/49337

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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