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“Ọ̀RỌ̀ ÀLÁ – Histórias de Cabaça” apresenta contos ancestrais da cultura afro-brasileira

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Inspirado na tradição dos griots africanos, guardiões da memória e das narrativas ancestrais, o espetáculo “Ọ̀RỌ̀ ÀLÁ – Histórias de Cabaça” une música ao vivo, literatura, dança e Libras integrada à cena para resgatar e valorizar a oralidade como meio de preservação e transmissão dos saberes ancestrais. Dessa forma, a peça aproxima o público das culturas afro-brasileira em uma experiência artística, educativa e sensorial.

A peça convida o público a abrir a “cabaça da lembrança” e ouvir os Itàn, contos míticos iorubás transmitidos de geração em geração. Para o idealizador do espetáculo, Júnio Nascimento, a criação desta montagem atravessa tanto seu estudo das mitologias iorubás quanto um encontro com sua própria história familiar. “Eu entendi que meu avô era um contador de histórias. Minha família inteira é. Mesmo quando não falavam de mitologia, falavam de vida, de fé, de caminhos. Quando percebi isso, entendi que também vinha desse lugar. O espetáculo nasce desse retorno aos meus, desse resgate de memória”, reflete.

O nome Ọ̀RỌ̀ ÀLÁ, que significa “palavras para sonhar”, sintetiza essa busca por reconectar a infância, a imaginação e a ancestralidade, tanto em cena, quanto fora dela. O processo de criação também despertou no artista a urgência de manter vivas narrativas que antecedem a experiência brasileira violenta imposta pelo colonialismo. “Resgatar essas histórias é lembrar que a nossa história não começa em um navio. Começa muito antes. Os Itàn mostram que somos sujeitos criadores desde sempre. Que existia teatro, música, sabedoria e filosofia muito antes da Grécia nomear tudo isso.”

Esse olhar ganha ainda mais força diante das Leis 10.639/03 e 11.645/08, que determinam a inclusão da história afro-brasileira, africana e indígena no currículo escolar. Uma diretriz ainda longe de ser plenamente cumprida no país. Nesse contexto, Ọ̀RỌ̀ ÀLÁ atua como ponte entre escola e ancestralidade, oferecendo um espaço simbólico de escuta, pertencimento e afirmação identitária.

Protagonizado por Gabriel Gama e também com atuação de Sheila Martins em Libras, a língua de sinais não aparece como complemento, mas como parte orgânica da construção estética, reforçando a inclusão e expandindo a experiência para o público surdo.

Durante a sessão, o público é guiado por histórias da criação do mundo, dos orixás, dos movimentos do corpo e dos afetos que atravessam gerações. Júnio espera que cada pessoa, especialmente as crianças negras, possa se enxergar dentro dessas narrativas: “Quero que o público se veja. Que se identifique como sujeito da própria história. Que entenda que falar de orixá é falar da gente. Que leve consigo o desejo de não deixar sua identidade ser apagada”, ele destaca.

SERVIÇO

26 de novembro – 14h – Areninha Jacob do Bandolim 

27 de novembro – 14h – Biblioteca Parque Manguinhos

28 de novembro – 14h – Areninha Cultural Municipal Carlos Zéfiro 

Classificação: Livre
Entrada: Gratuita

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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