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Teatro do Saara amplia programação e implantação de horário noturno

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Aberto em março, o Teatro do Saara nasceu com o objetivo de oferecer lazer de qualidade ao público que circula no Centro no horário do almoço, sem que o espectador precise se planejar com antecedência. Com cinco espetáculos curtos em cartaz, ao preço de R$ 3, o espaço movimenta a região – mais de mil pessoas já conferiram a programação do novo espaço e deixaram depoimentos estimulantes (leia abaixo). Entusiasmado pelo bom retorno do público, a equipe decidiu ampliar a programação: o infantil Redondilhas, do Grupo Mosaicos, será apresentado aos sábados, 11h (a partir do dia 6 de maio), abrindo o Teatro do Saarinha (leia mais abaixo), e o adulto Sobre os ombros da felicidade (Punk modo on), da Anti Cia de Teatro, inaugura o horário noturno, às quintas e sextas, 18h30, a partir do dia 4 de maio.

“O mais satisfatório até agora, é perceber um público variado e amplo – oriundo da região e que mistura: moradores de rua, trabalhadores de escritórios, pessoal da Comlurb, senhoras e senhores mais velhos que frequentam o centro, estudantes secundaristas, alunos do Ifics etc.”, avalia Maatz. “Decidimos ampliar a programação porque a equipe que gere o projeto tem espetáculos e grupos dispostos a movimentar o espaço e também notamos o interesse dos espectadores por atividades voltadas para crianças”.

A programação vespertina continua a ocupar o teatro, que foi instalado em um edifício em ruínas adaptado para o projeto. Com textos de Luciana Zule e direção de Fernando Maatz (idealizador do projeto), “O homem que via os mortos”, “O sequestro no trem fantasma”, “O mascate da Rua da Alfândega”, “Dr. Frederico”, “o hipnótico” e “Crime na Uruguaiana” se alternam na programação de segunda a sexta, às 12h30, 13h30 e 14h30, com 25 minutos de duração cada. As peças são inspiradas pelo Grand Guignol, teatro francês que ficou conhecido no começo do século 20. O Teatro do Saara venceu o Fomento Viva Arte e tem patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro.

O projeto segue até o dia 23 de junho, mas o objetivo é futuramente conseguir criar ali um espaço cultural com programação contínua, sala de ensaio, teatro de pequeno porte e espaço de convivência. “Escolhemos o Saara por ser um comércio popular muito interessante, com grande diversidade de tipos, e com valor histórico. A cidade começou aqui: essas ruas são as mesmas citadas por Machado de Assis, por exemplo. Além disso, pensamos como empreendedores em como fazer um negócio viável. E fizemos as contas: para que o Teatro do Saara lote todos os dias, precisamos de menos de 1% dos que já frequentam a região”, completa Maatz.

Teatro do Saarinha

O Saara é uma área da cidade muito frequentada por crianças também, sobretudo aos sábados, quando os pais saem para fazer compras e aproveitam para levar os filhos pequenos para conhecerem o Centro do Rio. Além disso, há uma busca cada vez maior por parte dos pais ou parentes de crianças por atividades que aconteçam aos sábados pela manhã. Isso tem resultado numa mudança dos horários do teatro para infância. Alguns espetáculos já estão preferindo entrar em cartaz às 11h. Com essa percepção, o Teatro do Saara teve a ideia de aproveitar seu espaço inovador dentro do Saara para também contemplar o público infantil. Convidou o Grupo Mosaicos, grupo parceiro do projeto, que há nove anos realiza sessões de histórias com música instrumental, para apresentar o espetáculo Redondilhas nas manhã de sábado no espaço, inaugurando, assim, o Teatro do Saarinha, um espaço todo dedicado para o público infantil dentro do Teatro do Saara.

O imóvel

O Teatro do Saara ocupa um casarão do Século XIX que foi praticamente destruído por um incêndio em 2010. Mesmo sem verba para a reforma, os idealizadores do projeto conseguiram chegar a um acordo com o proprietário e puseram mãos à obra: retiraram o mato e o entulho que tomava conta do lugar, taparam as paredes com tecidos, cobriram o teto com uma lona e o chão com banners virados ao contrário, instalaram um container na parte externa para funcionar como camarim dos atores. Nessas condições, construíram no espaço um verdadeiro teatro com palco, plateia, iluminação e até cortina vermelha. Agora o grande desafio do projeto é captar os recursos necessários para a obra de restauração e implantação de um centro cultural permanente na Saara.

TEM – Central de Produção

A TEM – Central de Produção é um novo modelo de negócio na área cultural que surge da união das empresas Teatro do Saara + Estufa + Magalona Produções. A ideia surgiu no final de 2015 quando Fernando Maatz (teatro do Saara) convidou Luciana Zule (Magalona Produções) e Natália Simonete (Estufa) para trabalhar de forma colaborativa e sair do lugar comum da produção cultural atual, com muitos projetos que não sobrevivem sem patrocínio e são encerrados após muitos investimentos e poucos meses de apresentações públicas. A central de produção trabalha pela cultura economicamente viável, sustentável e acessível e acredita em projetos pautados na visão de longo prazo e na consolidação de parcerias de interesse mútuo.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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