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“Torre Negra” falha em sua execução com roteiro incoerente

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Uma das principais dificuldades em Hollywood é na adaptação de uma obra literária para o cinema. É difícil conseguir levar uma já aclamada história para a tela grande de forma competente e que agrade não só os exigentes fãs do material original, mas o público geral e os críticos também. Pensado nisso a adaptação da saga literária Torre Negra, do autor Stephen King, já circula em Hollywood desde 2007, tendo nomes de peso como J.J Abrams e Ron Howard ligados a direção. Agora após de 10 anos de muita expectativa, a Sony Pictures consegue finalmente levar as telas de cinema a misteriosa jornada do Pistoleiro.

Com direção do dinamarquês Nicolaj Arcel, o longa adapta a aclamada série de livros da Torre Negra, que está junto de Senhor dos Anéis, Harry Potter e Game Of Thrones, como uma das mais influentes obras de fantasia da era moderna. Aqui acompanhamos um jovem garoto chamado Jake Chambers (Tom Taylor), que tem visões e sonhos com um estanho mundo onde uma guerra está ocorrendo e uma Torre Negra que sustenta todo o universo. Quando o menino descobre um portal para esse mundo ele encontra Roland Deschain (Idris Elba), o último pistoleiro de Gilead, que vive em uma eterna batalha contra o terrível Walter Padick, o Homem de Preto (Matthew McConaughey). Juntos eles começam uma jornada para impedir o vilão de destruir a Torre e causar o caos no multiverso.

Apresentando uma introdução interessante para a construção daquele universo, o filme mostra um sólido primeiro ato, com bastante potencial. Criando uma história a partir de elementos de vários dos primeiros livros da saga literária, com o próprio Stephen King afirmando que o filme seria uma continuação dos livros, mas sem fazer com que o público não leitor fique perdido. O problema é que em apenas uma hora e meia de filme, eles conseguem se perder e falham na intenção de dar ênfase na jornada dos personagens. Parecia que o estúdio que assumiu o projeto, não tinha muita ideia de onde levar a história, entregando um roteiro bem incoerente. Se preocupando mais em fazer um grande começo de franquia, do que em fazer um grande filme.

Nada é muito aprofundado ou explicado, você percebe que existe uma mitologia rica por trás de tudo aquilo, mas é apresentado de forma rasa e sem personalidade. São diversos elementos complexos, mas que em nenhum momento são desenvolvidos. Inclusive as referencias as outras obras do autor como A Coisa, O Iluminado, 1408 e Zona da Morte, estão lá para os fãs mais atentos perceberam. Assim tudo acaba soando como desperdício de uma grande história e da utilização de atores de calibre, que são mal aproveitados no filme. Pois no fim das contas os astros McConaughey e Elba não comprometem em seus papeis, simplesmente trabalham com o que o fraco roteiro apresenta.

A grande verdade é que falta o elemento “épico” que a história merecia. A própria trilha sonora do holandês Tom Holkenborg, falha em passar os elementos que fazem jus a essa obra. No fim, independente se você é fã da obra original de Torre Negra ou não, você sai do cinema com a sensação de desapontamento. Pois sabe que uma grande história não foi apresentada de forma memorável, como era merecida.

Renato Maciel
Renato Maciel
Carioca e tijucano, viciado em filmes, séries e tudo envolvendo cultura pop, roteirista e estudante de cinema, podcaster no Ratos de Cinema

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