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“A Vida é Bela”: um relato sensível e fantasioso sobre o Holocausto

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Por: Leandro Fonseca

Como abordar uma das maiores tragédias da existência humana e ainda sim conseguir extrair risos e passar uma mensagem de amor e esperança ao mesmo tempo? Difícil, né? Mas é o que o ator, roteirista e diretor Roberto Benigni consegue entregar nessa incrível fábula que conta a história de um homem que usou a imaginação e a nobreza de espírito como arma para salvar aqueles a quem mais amava.

O humor que permeia o longa carrega muito explicitamente ecos de Chaplin, com algumas cenas claramente inspiradas em O Grande Ditador, mas mesmo assim longe de sem ser caricato.

A história é divida em duas partes, a primeira introduz o personagem Guido ( Benigni), um homem que veio do campo para cidade com poucos recursos, tentando abrir uma livraria mas como não consegue o alvará acaba trabalhando como garçom para sobreviver, mas com sua criatividade e imaginação, acaba conquistando clientes importantes. Em meio a essa correria, ele acaba tendo encontros inusitados com a professora Dora por quem se apaixona e depois de algumas desventuras consegue finalmente conquistá-la. O amor dois é retratado de forma pura e bela, e desse fruto nasce Giosué.

É na segunda parte do filme que o drama começa, em meio a invasão nazista. Nesse ponto A Vida é Bela entrega algumas das cenas mais sensíveis e criativas já vistas. Quando Guido e Giosué são proibidos de entrar em uma loja por serem judeus, o pai cria uma inventiva história para que o filho não entenda o que realmente está acontecendo.

E quando Guido e Giosué são levados para um campo de concentração, ele passa a usar sua imaginação para fazer seu filho acreditar que estão participando de uma grande brincadeira, com o intuito de blindá-lo do terror em que estão inseridos, como na brilhante cena em que Guido “traduz” do alemão as palavras do oficial nazista sobre como são as regras do suposto jogo.

Mas a película não fica só na fantasia, embora existam cenas que seriam improváveis em um campo de concentração, o filme não nega em momento algum a tragédia do Holocausto, a cena em que Guido encontra uma enorme pilha de corpos é exemplo disso, o que Begnini oferece é um olhar diferente para a mesma tragédia.

Uma verdadeira aula de roteiro, interpretação, direção, com um dos finais mais comoventes que o cinema já exibiu em sua história, não a toa faturou as estatuetas de melhor filme estrangeiro, melhor ator e melhor trilha sonora.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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