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“A VIDA DE GALILEU”, DE BERTOLT BRECHT, ESTREIA NO TEATRO MUNICIPAL MARIA CLARA MACHADO

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Um homem, que adorava observar o céu, desafiou a Igreja Católica e acabou enfrentando a Santa Inquisição. E para fugir da fogueira, teve que negar tudo aquilo em que acreditava. A história de Galileu Galilei vai ser contada a partir de 1º de dezembro no palco do Teatro Municipal Maria Clara Machado, no Planetário da Gávea. Baseada no texto “A vida de Galileu” (Leben des Galilei, no título original em alemão), do dramaturgo Bertolt Brecht, a peça homônima ficou em cartaz por mais de um ano no Museu da Vida, da Fiocruz. Na montagem, dirigida por Daniel Herz e João Marcelo Pallotino, cabe a Roberto Rodrigues interpretar o cientista, enquanto oito atores se alternam em outros papéis. Toda a trama se passa no século 17, mas podia ser nos dias de hoje.

“Naquela época, havia uma força retrógrada muito forte por parte da Igreja, que, por motivos de poder e motivos obscuros não estava aberta ao novo, à diferença. Diria que hoje a gente está vivendo um retrocesso muito grande. Nesse sentindo, essa montagem faz uma dupla leitura: a da época do Galileu e a da homenagem aos cientistas que foram expulsos da Fiocruz durante o regime militar. Mas ainda tem uma terceira camada: que a gente está vivendo hoje, de profundo retrocesso na cultura, no que diz respeito às conquistas que a sociedade obteve em relação à diversidade e às diferenças. É um momento bastante assustador e, infelizmente, o texto mostra-se profundamente atual”, compara Daniel Herz, que foi convidado pela Fiocruz para fazer a encenação do texto, no ano passado, por conta da celebração dos 30 anos da reintegração dos pesquisadores, que puderam retornar à Fiocruz após a injustiça que sofreram. Na época, o governo brasileiro cassou os direitos políticos e a aposentadoria de dez pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), que foram proibidos de entrar em seus laboratórios dentro da instituição. Para homenageá-los, o espetáculo é entrecortado por depoimentos dos cientistas afastados. A ação se dá em um cenário propositalmente redondo.

“Essa circularidade é inspirada no próprio Galileu, com a ideia de mostrar que a Terra não está no centro do universo. A Terra está circulando, a vida está circulando, os valores estão circulando e o teatro também. O público se identifica com essa história, que tem uma dinâmica moderna, bem contemporânea e traz a ideia de você testemunhar os atores contando uma história, se revezando nos papeis”, defende Daniel.

Durante os ensaios, elenco e direção inseriram elementos para revitalizar a montagem e encaram o desafio de contar uma história não apenas para o público adulto, mas também para os jovens, já que muitos alunos de ensinos fundamental e médio assistiram à peça. Estudantes e professores da rede pública de ensino têm entrada gratuita garantida nas sessões do espetáculo.

“A ciência e o teatro precisam dos jovens: a juventude tem a mudança nos seus hormônios. Essa peça une arte e ciência e isso já vale a aventura de abrir o pano”, conclui Daniel.

Serviço
“A VIDA DE GALILEU”
Local: Teatro Municipal Maria Clara Machado (Av. Padre Leonel Franca, 240 – Gávea, dentro do Planetário da Gávea)
Temporada: de 1º a 17 de dezembro, sextas, sábados 21h e domingos, às 20h
Ingresso: Inteira R$20,00 Meia R$10,00 – Gratuidade para professores e alunos da rede pública de ensino
Classificação Indicativa: a partir de 10 anos
Duração: 75 minutos
Gênero: Drama
Horário de funcionamento: 14h às 22h

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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